Palestina denunciará violações de Israel no Conselho de Segurança

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse à televisão palestina, no fim desta semana, que está considerando apelar ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e outras instituições da organização contra o que chamou de “violações israelenses graves, especialmente em Jerusalém e no Monte do Templo [como chamado pelos judeus o espaço onde hoje está a mesquita de Al-Aqsa]”. 

Presidente Mahmoud Abbas - Nasser Shiyoukhi/AP

Segundo o jornal israelense Ha'aretz, Abbas disse que “Israel não tem o direito de dividir a mesquita Al-Aqsa, nem física nem temporalmente [em períodos de orações separados]. Todo o leste de Jerusalém é palestino”, conforme o consenso internacional de partilha da região.

O presidente palestino afirmou que “os colonos entram [no local] acompanhados por oficiais da polícia israelense diariamente. Em toda a Cisjordânia, eles atacam os palestinos e destroem suas propriedades, enquanto o Exército observa, às vezes protegendo-os. A situação poderia levar a um confronto regional e prejudicar os esforços para alcançar um tratado de paz”, uma vez que, assim como outros sítios religiosos da região, Al-Aqsa é um local sagrado para todos os islâmicos.

“Já advertimos os israelenses e os estadunidenses sobre as consequências desses incidentes, e é por isso que consideramos apelar ao Conselho de Segurança”, continuou.

Abbas também comentou sobre um discurso recente do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O presidente palestino afirmou que Netanyahu “recusa-se a reconhecer um Estado palestino dentro das fronteiras de 1967 [quando houve a Guerra dos Seis Dias, a partir da qual Israel ocupou diversos territórios árabes], e sua insistência sobre uma Jerusalém única ser a capital eterna de Israel, assim como a sua exigência para reconhecermos um Estado de Israel judeu indicam que ele não está interessado em dar continuidade às negociações”.

Um tratado de paz não é possível, ressaltou o presidente palestino, sem uma Jerusalém Leste palestina, ou sem o reconhecimento das fronteiras de 1967 “com correções mínimas”, disse o presidente.

Além disso, de acordo com o portal Middle East Monitor, Abbas criticou as incursões contínuas israelenses a cidades da Cisjordânia, mesmo enquanto a Autoridade Palestina (AP) tem cumprido seu compromisso de coordenação securitária com Israel.

A cooperação palestina-israelense está prevista em documentos como os Acordos de Oslo, que separam a Cisjordânia em regiões de autoridade securitária da AP, de Israel (oficializando a sua ocupação) e compartilhada.

“A AP alcançou um sucesso de 100% na coordenação securitária com Israel”, disse, enquanto instava as autoridades israelenses a parar de invadir vilas e cidades palestinas sob o pretexto de deter suspeitos de atividades terroristas ou ações de resistência que Israel classifica de ameaças à sua segurança.

Com agências,
Da redação do Vermelho