Abbas insta União Europeia a penalizar colônias israelenses

O presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, urgiu a União Europeia (UE) a impor as suas regulações contra as companhias israelenses estabelecidas nos assentamentos ilegais construídos nos territórios palestinos. Abbas encontrou-se com a chefa da diplomacia europeia, Catherine Ashton, em Bruxelas (Bélgica), nesta quinta-feira (24), e a informou sobre os últimos desenvolvimentos das negociações com Israel.

Mahmoud Abbas e Catherine Ashton - União Europeia

O encontro entre Abbas e Catherine teve como objetivo a discussão sobre o chamado processo de paz, recentemente retomado entre Israel e a Palestina, com a mediação indireta dos Estados Unidos. Neste sentido, o presidente palestino reafirmou a sua frustração com a continuidade das atividades de colonização sionista.

Há alguns meses, a publicação das diretrizes europeias sobre a barreira ao apoio financeiro a companhias israelenses que atuassem em territórios palestinos causou tensões diplomáticas entre Israel e a União Europeia, mas nos últimos dias, a própria UE tem criado mecanismos para que as companhias contornem as regulações.

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Além disso, a própria representante diplomática deu declarações garantindo a participação israelense no programa científico Horizon 2020, o que teria sido comprometido caso as diretrizes fossem aplicadas estritamente, já que diversos institutos de pesquisa israelenses são baseados ou têm ligações com companhias baseadas ilegalmente na Cisjordânia.

O presidente saudou a postura europeia contra as colônias, e descreveu-a como “condizente com o direito e a legitimidade internacional”. Em um encontro recente com a presidenta da Lituânia, que preside a UE temporariamente, Abbas ouviu declarações que garantiam que a organização regional não reconhece ou legitima a ocupação israelense dos territórios palestinos, mas ainda fazem falta ações práticas e firmes nesse sentido.

Ainda assim, Abbas insistiu, durante o encontro com Catherine, na importância da aplicação das diretrizes e de uma tomada de atitude da Europa, com essas regulações, a partir de janeiro de 2014, como previsto anteriormente.

Junto com o presidente Abbas, nas reuniões, estavam o membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e chefe da delegação palestina nas negociações com Israel, Saeb Erekat; o ministro das Relações Exteriores palestino, Riad al-Malki, o porta-voz presidencial, Abu Rudeineh; o assessor para assuntos diplomáticos, Majdi al-Khalidi, e a representante da Palestina para a Organização das Nações Unidas (ONU), Leila Shahid.

Embora o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, venha afirmando um “ambiente positivo” e um avanço nas negociações entre palestinos e israelenses, com “todos os assuntos centrais sobre a mesa”, as autoridades palestinas reiteram a desconfiança sobre o comprometimento do governo de Israel com uma solução definitiva e justa, principalmente pela continuidade das atividades de colonização, com a construção de novos assentamentos em territórios palestinos.

A ocupação israelense da Cisjordânia é ativamente promovida por diversos grupos políticos e religiosos em Israel, e representa a principal barreira, atualmente, para a definição das fronteiras da Palestina, assim como as alegações de uma "preocupação securitária" por parte das autoridades israelenses, que exigem a manutenção de tropas próprias nos territórios de um Estado palestino a ser reconhecido.

Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho