Faixa de Gaza sofre ataques aéreos de Israel; 4 pessoas morreram

Ataques aéreos israelenses mataram quatro palestinos na Faixa de Gaza, na madrugada desta sexta-feira (1º/11). Segundo as fontes israelenses citadas pela mídia internacional, as vítimas eram membros das Brigadas Ezzedin Al-Qassam, do movimento de resistência islâmica Hamas, que governa o território.

Ataque israelense 2012 - Bernat Armandque / AP

Como de costume, o jornal estadunidense The New York Times e a mídia israelense reproduzem a justificativa oficial: o ataque aéreo, o segundo noticiado nesta semana, é uma resposta a ações dos militantes palestinos, com o disparo de um foguete e uma explosão próxima à fronteira com Israel.

Foi o ataque que causou mais mortes desde novembro de 2012, quando a Força Aérea Israelense (FAI) lançou uma ofensiva de oito dias e causou cerca de 170 vítimas fatais aos palestinos.

No final da quinta-feira (31/10), soldados israelenses foram enviados à região fronteiriça do território bloqueado militarmente, em uma missão para destruir um túnel subterrâneo, descoberto no mês passado.

Os túneis são usados para o transporte de bens essenciais, como remédios, alimentos e materiais de construção, mas também de pessoas e até armamentos para dentro da Faixa de Gaza.

O território, além de sofrer um bloqueio militar criminoso já denunciado por diversas agências da Organização das Nações Unidas (ONU), também é sujeito a intervenções e ofensivas constantes das tropas israelenses. A invasão do território palestino e os ataques aéreos são respondidos principalmente com foguetes fabricados pelas próprias brigadas do Hamas.

Intensificação da violência e consequências

Após disparar um morteiro de tanque na fronteira, quando mataram um militante e feriram mais três, em um ataque que pareceu provocativo, as Forças de Defesa de Israel foram atingidas com uma explosão, mas não houve vítimas fatais. Ainda assim, acusou o Hamas de violar os termos do cessar-fogo (que suspendeu a ofensiva de novembro de 2012) e lançou o ataque aéreo.

Entretanto, o jornal New York Times cita um tenente-coronel israelense que afirma que a realização da operação era “imprescindível, devido ao potencial de uso do túnel terrorista para futuros ataques contra os civis israelenses”, e responsabiliza o Hamas pelas ações ofensivas.

Já ao citar uma fonte do Hamas, a declaração transmitida é apenas a de um porta-voz que faz referências religiosas, em tom extremo, para saudar o sacrifício dos “mártires” contra a ação israelense e ameaçar as tropas de Israel caso decidam retomar a ofensiva: Gaza será “nada mais do que o inferno queimando a ocupação”, teria dito o oficial do Hamas, citado pelo jornal estadunidense.

Como de praxe, as fontes israelenses são oficiais de linguagem estratégica (quando se trata de vítimas palestinas), e para citar os palestinos, declarações fanáticas são a forma usada para justificar mais uma intensificação da violência.

Entretanto, de acordo com a agência de notícias palestina Ma'an, as brigadas do Comitê de Resistência Popular e da Frente Popular de Libertação da Palestina assumiram a responsabilidade pelos ataques ao sul de Israel, com o disparo de "diversos foguetes contra cidades israelenses" nesta sexta-feira.

Com a mais recente ofensiva contra a Faixa de Gaza, 1,7 milhão de residentes sofrem as consequências da violência intensificada em um território já enclausurado. Um exemplo é o racionamento de energia, com um período de corte que subiu de oito para 12 horas diárias.

As autoridades palestinas não podem arcar com as despesas da compra de combustível encarecido de Israel para o gerador de energia local, e as plantas de tratamento de esgoto, ou as estações de tratamento de água também estão entre as primeiras estruturas afetadas pelo racionamento.

Com agências,
Da redação do Vermelho