Estudante de Gaza supera carências graves e cria produto agrícola

O Movimento Não Alinhado (MNA) manifestou profunda preocupação pela situação catastrófica e de contínua emergência humanitária em que vivem os palestinos da Faixa de Gaza e dos campos de refugiados, instando a comunidade internacional a dedicarem-se à assistência. Ao mesmo tempo, uma notícia esperançosa é divulgada pelo portal Middle East Monitor, nesta quinta-feira (7): uma estudante de Gaza descobriu um importante elemento que ajudará os agricultores na proteção da sua lavoura.

Faixa de Gaza - Middle East Monitor

Embora a gravidade da condição dos palestinos ainda não seja suficientemente enfatizada pela mídia internacional, principalmente nos campos de refugiados em na Faixa de Gaza, o empenho pela educação e pelo desenvolvimento são mais uma demonstração de resistência e de luta nacional.

O representante do MNA para a Organização das Nações Unidas, Gholam Hussein Dehqani fez uma intervenção, nesta quarta-feira (6), na Assembleia Geral, para criticar o regime israelense na violação dos direitos humanos e humanitários dos palestinos. A violência dos colonos e a ocupação militar israelense da Cisjordânia são fatores constantemente denunciados pelos dedicados à causa palestina.

Além disso, o bloqueio militar ilegal à Faixa de Gaza (por terra, ar e mar) sufoca o território de tal maneira que as agências da ONU e outros líderes mundiais o condenam reiteradamente, enfatizando as graves consequências humanitárias trazidas à população de 1,7 milhões de palestinos em um dos territórios mais densamente habitados do mundo.

“A situação econômica dos residentes de Gaza deteriorou-se devido aos seis anos de bloqueio imposto pelo regime israelense (…). A continuação destas restrições ilegais [o impedimento da livre circulação de pessoas e bens essenciais, como alimentos, remédios, combustível e materiais de construção, por exemplo] piora a assistência à população e a privará cada vez mais do acesso às necessidades básicas humanas”, disse Dehqani.

Mais um relatório da Agência das Nações Unidas para Assistência e Trabalhos para os Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês), recentemente publicado, faz duras avaliações sobre a condição humanitária em degradação exponencial na Faixa de Gaza, onde até mesmo os seus trabalhos são limitados pelo bloqueio e pelas frequentes ofensivas militares.

O regime israelense mantém um bloqueio férreo contra a Faixa de Gaza desde 2007, quando o movimento de resistência islâmica Hamas passou a governar o território. O partido é listado entre os “grupos terroristas” por diversos países e sua legitimidade política é completamente rechaçada por Israel e aliados, como os EUA.

Ainda assim, histórias sobre importantes vitórias dos palestinos são divulgadas ocasionalmente. Foi o caso da estudante Hala Moheesin, mestranda da Universidade Islâmica de Gaza, que descobriu uma forma de combater um tipo de mosca que acabava com plantações de tomate, extremamente importantes para a região.

Apesar da falta de ferramentas para o laboratório aonde conduz as suas pesquisas, em um departamento da Universidade atingido pelos ataques aéreos israelenses de novembro de 2012, Hala conseguiu desenvolver um pesticida eficaz contra as moscas, mas inofensivo aos humanos e ao ambiente. O Ministério da Agricultura de Gaza já anunciou que desenvolverá mais experimentos para o uso do produto.

Com agências,
Moara Crivelente, da redação do Vermelho