Exploração do trabalho é mais comum do que a sexual no Peru
Ao todo, 52,7% dos peruanos percebem que a exploração do trabalho é mais comum do que a exploração sexual no país. Esta estatística encontra-se no último estudo elaborado pela organização Capital Humano e Social (CHS) Alternativo, com base no primeiro estudo nacional na área urbana do Peru sobre o tráfico de seres humanos. Este é entendido como a exploração da pessoa, seja sexual, trabalhista ou para outros serviços, por meio de ações como ameaça, rapto, engano ou abuso de poder.
Publicado 29/11/2013 10:09
Os dados contrastam com as estatísticas oficiais sobre esse tipo de crime. O Registro Estatístico de Tráfico (Reta) afirma que 59,2% dos casos registrados se referem à exploração sexual e 23% são de exploração do trabalho. O Observatório de Criminalidade do Ministério Público estabelece que dos casos atendidos entre 2011 e 2012, 41,23% correspondem à exploração sexual e 16,68% à exploração do trabalho.
O documento também mostra os índices apresentados em maio de 2013 pelo Sistema de Informação Estratégica sobre o Tráfico de Pessoas (Sistra), elaborado pelo Ministério Público e que revelou que 1548 casos de tráfico de seres humanos foram registrados entre os anos de 2007 e 2013 em nível fiscal, das quais 57% das vítimas tinham entre 13 e 17 anos, 85% eram mulheres e que 54% foram captadas através de falsas ofertas de trabalho.
Atualmente, de acordo com o CHS Alternativo, a extensão do problema se encontra associada a uma série de fatores econômicos, sociais e culturais. Em muitos casos, está ligada a outros delitos, como mineração ilegal, narcotráfico, contrabando e terrorismo. Também se encontra associado a zonas urbanas ou semiurbanas onde há um grande movimento econômico formal ou informal. A organização constatou que a exploração de pessoas avança no Peru diante da ausência de respostas e da falta de investigações sobre as condições de trabalho por parte do Estado.
O estudo foi focado nos cidadãos e cidadãs peruanos de todas as regiões do país, a fim de saber com maior precisão o que pensam e o que sentem a respeito do tráfico de seres humanos. Os organizadores da pesquisa também desenvolveram informes jornalísticos para cada região, com o intuito de dar conta da realidade dos números que apareciam no documento e que refletissem o pensamento das pessoas sobre o assunto.
Fonte: Adital