Correa reconhece resultados da eleições municipais no Equador

O presidente do Equador e líder do Partido da Aliança País deu uma conferência de imprensa para apresentar um balanço relacionado com os resultados preliminares das eleições setoriais realizadas no país no último domingo (23). Rafael Correa disse que o pleito foi “uma jornada democrática sem precedentes”, mas lamentou a derrota nos municípios de Quito, Guayaquil e Cuenca. 

Rafael Correa reconhece resultados da eleições municipais - Reuters/Guillermo Granja

"Gostaríamos de ter uma vitória mais contundente, é verdade que perdemos os municípios e prefeituras queridas, mas dizer que é uma derrota do oficialismo é menosprezar o resto do país", disse Correa sobre os resultados preliminares dos municípios de Quito, Guayaquil e Cuenca, que deram a vitória para a oposição.

Nos primeiros resultados apresentados em Quito, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE), órgão máximo equatoriano, já indicava a vitória de Maurício Rodas, do opositor Movimento Suma, contra os Augusto Barrera, da Aliança País. Rodas, obteve 58% dos votos, contra 40% para Barrera. Ao lado de Correa, o atual prefeito de Quito admitiu a derrota: "reconhecemos e estamos encarando diretamente os resultados atribuídos" pelas projeções, disse Barrera na sede do partido.

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Em Guayaquil, com 2,3 milhões de habitantes, o prefeito opositor, Jaime Nebot, será reeleito com 60% dos votos, contra 38% para Viviana Bonilla, 30 anos, candidata de Correa, ainda de acordo com as projeções. Cuenca, a terceira cidade do Equador, com 712 mil habitantes, foi conquistada pela oposição com a vitória de Marcelo Cabrera com 51% dos votos, contra 46% para o atual prefeito, Paul Granda.

O presidente do país fez uma avaliação do desempenho do partido político que preside durante a campanha eleitoral e a gestão de seus governantes. "Certamente houve erros nas administrações municipais que foram usados pela oposição e seus assessores em uma campanha suja, o que posso dizer é que a Aliança País precisa de uma sacudida".

Correa admitiu que não manteve contato pessoal com o vencedor da prefeitura de Quito, Mauricio Rodas, com quem espera trabalhar para o benefício dos cidadãos. "Eu tenho as minhas inquietudes, há sempre uma segunda oportunidade, ele foi eleito pelo povo de Quito, eu fui eleito por todo o povo do Equador, teremos que trabalhar juntos".

Contudo, o presidente não descarta que possa manter a linha de trabalho com os líderes eleitos que pertencem a partidos da oposição. "Nos entendemos bem com prefeitos de diferentes linhas políticas; em 2009 ganhamos 30% das prefeituras; não estamos aqui para trabalhar por agendas; estamos aqui para trabalhar para o bem dos equatorianos", concluiu.

De acordo com o chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, apesar do revéz nas principais cidades, a soma dos votos totais foi favorável ao governo.

Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações da Telesur e de agências de notícias