BA: Mulheres pedem fim da violência e mais representação

Pela areia da praia, foram espalhadas cerca de 200 cruzes e cada uma delas representaram, simbolicamente, uma das mulheres mortas na Bahia, nos últimos anos. Segundo Daniele Costa, coordenadora estadual da UBM, a bandeira pelo fim da violência ainda necessita estar erguida, apesar das conquistas.

“A Bahia está entre os quatro estados em número de morte de mulheres. Esse ainda é um tema muito caro pra nós, apesar da Lei Maria da Penha, que foi uma grande conquista porque é o Estado assumindo essa responsabilidade. Mas isso ainda não impactou em uma redução da violência”, defende a coordenadora.

Além das cruzes, a UBM também levou flores brancas, panfletos, faixas e uma caixa de som, que possibilitou que as mulheres falassem aos banhistas e trabalhadores do Porto da Barra. “Fazer esse ano aqui no Porto é uma coisa muito marcante para nós, que vivemos essa praia, que somos praieiras, para falar da violência e também da sub-representação feminina”, afirmou a integrante do Fórum Nacional de Mulheres do PCdoB, Julieta Palmeira.

Representação

Sobre a sub-representação, Julieta acredita ser de extrema importância a luta pelo fortalecimento da integração feminina em todos os espaços de Poder – não apenas no Executivo, que possui uma mulher no posto mais alto, a presidenta Dilma Rousseff, mas também no Legislativo e no Judiciário.

“A reforma política é um passo, principalmente se incluir a lista com a alternância de gênero, mas existem outras possibilidades, como escolher mulheres que representam esse pensamento, nessas eleições. Queremos mulheres em todos os espaços de decisão e não há democracia se não houver isso”, defende Julieta.

As atividades em homenagem à mulher acontecem durante todo esse mês de março. No próximo dia 17, a UBM e outras entidades ligadas à luta feminina realizam a tradicional caminhada pelas ruas do Centro da cidade.

De Salvador,
Erikson Walla