Camponeses colombianos se preparam para nova greve nacional

Camponeses colombianos realizam nesta segunda-feira (17) uma grande mobilização social na capital Bogotá. Estima-se que mais de 20 mil pessoas se unam para reclamar ao Governo o cumprimento dos acordos negociados após a greve agrária do ano passado.

Camponeses Colômbia - Agência Efe

Cansados pelas constantes interrupções na mesa de negociação com o Executivo, instalada desde setembro do ano passado depois de um acordo que permitiu frear uma greve que sacudiu o país, os agricultores voltam às ruas na Colômbia pedir uma mudança no modelo econômico que, segundo eles, a cada dia os submerge na pobreza.

A marcha começa ao meio dia, após o anúncio dos resultados da Cúpula Nacional Agrária, Campesina, Étnica e Popular que esteve reunida desde o sábado (15)  e que contou com a participação de diversos setores sociais em uma frente comum de unidade.

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No domingo (16), os camponeses iniciaram no Twitter uma forte campanha utilizando a hashtag #Yovuelvoalascalles (eu volto às ruas). Os organizadores convidam à mobilização em apoio aos camponeses, por uma educação digna e de qualidade, e em defesa da paz com justiça social.

"Pela paz com mudança, por uma Assembleia Nacional Constituinte para a real democracia, pela não estrangeirização do solo e subsolo, eu volto às ruas", pedem os camponeses.

Em declarações à Rádio Caracol, o dirigente agrário e membro do movimento Marcha Patriótica, Andrés Gil, declarou que esta concentração pede que o presidente Juan Manuel Santos e o Ministério da Agricultura cumpram os acordos assinados na cidade de Tunja. "Legitimaremos nesta marcha uma proposta de continuidade da greve agrária, mas desta vez mais forte e contundente", manifestou Gil.

Ele já havia declarado à Revista Semana que esta mobilização é a única e a última saída que o Estado lhes deixa. A manifestação é, portanto, uma preparação para a Paralisação Agrária Nacional, que, em 2013, foi considerada histórica na Colômbia.

"O Governo abriu mesas de conversa com a comunidade afro, com os indígenas e camponeses, e reiteramos, não há vontade política da contraparte", explicou Gil. Espera-se que no encerramento da marcha os camponeses anunciem se retomarão ou não a greve, que deixou em agosto do ano passado 16 mortos, mais de 500 feridos e centenas de presos.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina