Maduro diz que vai se reunir com oposição "pela paz e democracia"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que deve se reunir nesta terça-feira (8) com uma delegação da oposição. A decisão é resultado de um pedido dos ministros da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) que estão reunidos em Caracas, a fim de facilitar o diálogo.

Nicolás Maduro - Rádio Nacional da Venezuela

"Tivemos uma grande conversa. [Os ministros] propuseram que eu participe de reunião com a delegação da oposição e aceitei", disse Maduro, após encontro com oito ministros dos Negócios Estrangeiros da Unasul. O presidente venezuelano havia proposto anteriormente a participação dos oposicionistas em uma Conferência de Paz, mas o convite foi negado por líderes políticos, que determinaram condições para uma possível reunião.

Maduro destacou que “é um privilégio para a Venezuela ter a Unasul aqui nos ajudando, é um fato histórico, sobretudo na luta pela democracia. A Unasul demonstrou ser um bloco político bem-sucedido para ajudar a prosperidade e a paz para os países”. Após o encontro no palácio presidencial de Miraflores, ele disse ainda que se esse diálogo se concretizar, será "uma grande mensagem de paz” que o país envia para todo o povo.

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Uma delegação da principal aliança da oposição venezuelana, a Mesa de Unidade Democrática (MUD), deverá encontrar-se com os ministros, em um hotel em Caracas, para se pronunciar sobre a proposta. O chefe de Estado presidente quer que a oposição e  o governo se unam para dois programas: "um pela pacificação e outro para investimentos e desenvolvimento econômico".

Após a primeira visita para tratar dos conflitos na Venezuela, a comissão de chanceleres da Unasul emitiu uma declaração registrando que há disposição para o diálogo em todos os setores, mas ressaltou que é preciso “moderar a linguagem" para gerar um ambiente pacífico, que favoreça as conversações entre o governo e os distintos atores políticos, econômicos e sociais no país.

No cargo há quase um ano, o presidente venezuelano tem enfrentado, desde 4 de fevereiro, uma série de manifestações, às vezes violentas, de estudantes e de opositores. Desde o ano passado, Maduro vem denunciando sistemáticamente as tentativas de desestabilização protagonizadas por grupos de extrema direita, que teriam como objetivo um golpe de Estado contra o seu governo.

Da redação do Vermelho,
Com informações da AVN, Agência Brasil e Opera Mundi