Estados Unidos desistem de aplicar sanção contra Venezuela

O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nessa terça-feira (8) que Washington não avançará com medidas contra a Venezuela enquanto decorrerem ações de mediação que possam conduzir a um diálogo entre o governo e a oposição. 

Estados Unidos desistem de aplicar sanção contra Venezuela - Reprodução

"Neste momento, estamos a favor dos esforços de mediação por parte de terceiros, que têm como objetivo pôr fim à violência e conseguir um diálogo honesto, para fazer frente às queixas legítimas das pessoas na Venezuela", acrescentou.

John Kerry falou durante audiência no Comitê de Relações Exteriores do Senado, onde foi interpelado pelo senador republicano Marco Rúbio sobre a posição do governo norte-americano em relação à crise na Venezuela. O congressista lembrou que Caracas passa por "um momento muito delicado, com possibilidade de negociação".

Por outro lado, disse que o governo norte-americano manifestou preocupação com a situação na Venezuela e que ele próprio chegou a conversar sobre o tema, há algumas semanas, com o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Elías Jaua.

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Em março, a subsecretária de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, informou que o governo pensava em implementar sanções contra a Venezuela, se não fossem criadas condições para um diálogo profundo que resolva a crise no país e para abrir um "espaço democrático" à oposição. Admitindo que seria um "recurso extremo", Roberta destacou que as sanções poderiam ser uma "ferramenta" se as possibilidades de diálogo entre o governo venezuelano e a oposição acabassem.

Também no mês passado, a procuradora geral da Venezuela, Luisa Ortega, afirmou que os Estados Unidos, com a desculpa de defender os direitos humanos no país latino-americano pretendem, na verdade, financiar as ações violentas da oposição. Luisa questiona o pedido de US$ 15 milhões feito por legisladores ao Congresso dos Estados Unidos.

O governo venezuelano insiste que está em curso um "golpe de Estado" contra o presidente legitimamente eleito, Nicolás Maduro.

Reunião com a oposição

O governo da Venezuela anunciou nesta terça-feira (8) que ainda nesta semana haverá uma reunião com a oposição para discutir temas de interesse nacional como parte da Conferência Nacional pela Paz. A decisão foi tomada em após um encontro de quase seis horas entre o vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza, e setores da oposição.

A próxima reunião terá a participação dos chanceleres do Brasil, Luisz Alberto Figueiredo, da Colômbia, Mariangela Holguín, e do Equador, Ricardo Patiño. A oposição e o governo também concordaram com a participação de um representante do Vaticano, provavelmente o núncio apostólico, arcebispo Aldo Giordano.

Da redação do Vermelho,
Com informações da Agência Brasil