Síria rechaça novas sanções e "hipocrisia" da política europeia

A Chancelaria da Síria afirmou, nesta terça-feira (24), que a decisão do Conselho de Ministros de Relações Exteriores da União Europeia sobre a imposição de novas medidas restritivas contra a Síria constitui uma continuação da política hostil do bloco contra o país árabe. O Ministério sírio foi citado pela agência de notícias Sana classificando a resolução europeia de “patética” e “desesperada”.

Síria - Hama - AP / Sana

O anúncio europeu de sanções a mais 12 ministros do governo sírio pela alegada “responsabilidade por graves violações dos direitos humanos” eleva a lista de autoridades sírias afetadas pelas medidas a 191 pessoas, além das 53 empresas sírias, inclusive o Banco Central do país, também atingidas por sanções.

Uma declaração do Ministério de Relações Exteriores divulgada na terça, citada pela agência síria de notícias, rechaçou a medida europeia e considerou-a um ataque ao sucesso da Síria na realização de eleições presidenciais, no início de junho.

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Os EUA, a União Europeia e até a Organização das Nações Unidas (ONU) manifestaram-se contra a decisão do governo sírio de cumprir o cronograma eleitoral e garantir o direito do povo a votar, alegando que o evento seria prejudicial e arriscaria as esparsas tentativas de negociação com a oposição armada e financiada pelas potências ocidentais e por monarquias como a Arábia Saudita.

Para as autoridades sírias e governos solidários às tentativas nacionais de superação do conflito armado de mais de três anos, a realização bem sucedida das eleições foi uma demonstração da determinação da Síria para lutar contra o terrorismo que se espalhou pela região e confrontar todas as formas de pressão externa, preservando a soberania e a independência nacional na tomada de decisões sobre o futuro.

A declaração da Chancelaria síria denuncia a hipocrisia da União Europeia que, enquanto diz lamentar o sofrimento humano nestes anos de guerra contra o país, continua fornecendo todas as formas de apoio aos grupos armados e até a “terroristas que mergulham em uma mentalidade obscura”.

Enquanto isso, os apelos do governo sírio por apoio no combate ao terrorismo que se espalhou por toda a região e por respeito à soberania do seu povo na busca por uma solução política para a crise continuam ignorados, assim como a responsabilidade dos grupos armados pela devastação e pela violência disseminada no país.

Para o Ministério sírio, o apoio comprovado aos grupos terroristas constitui uma grave ameaça à segurança e à estabilidade na região e no mundo, fazendo da União Europeia uma cúmplice na “guerra suja travada contra a Síria”, com violações flagrantes do direito internacional e “demonstrações da hipocrisia política que se tornou uma característica das políticas europeias.”

Autoridades da Rússia e da China endossaram novamente a denúncia e o apelo da Síria sobre a necessidade de combate ao terrorismo e de busca por uma solução política ao conflito na região, com respeito à soberania do povo sírio para a decisão.

Da Redação do Vermelho,
Com informações da agência síria de notícias Sana