Farc-EP rechaçam declarações do ministro da Defesa colombiano

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) acusaram, nesta quarta-feira (27), o ministro da Defesa colombiano, Juan Carlos Pinsón, de mentir e atuar contra o processo de paz que se desenvolve desde novembro de 2012.

Diálogos de Paz - Efe

Em um comunicado publicado em sua página oficial, durante os Diálogos de Paz realizados em Havana, a delegação das Farc-EP afirma: “nós queremos seguir pensando que não há outras agendas senão a que deve conduzir à paz, a já subscrita por quem foi empoderado para se comprometer com as Farc-EP e o Estado. (…) há que ter cuidado, doutor Pinzón, amarre sua língua”.

Depois de indicar ser “uma lástima” que a figura de Pinzón não corresponda com a importância do momento, o grupo guerrilheiro afirma que “geralmente deixamos passar suas opiniões desacertadas [ao ministro] porque estimamos que seu chefe, o presidente Juan Manuel Santos, é quem há de escutar”.

Os guerrilheiros ainda questionam por que Pinzón se mantém em um cargo tão sensível para a paz, como é o ministério da Defesa, se ele sofre de uma “incontinência verbal ostensiva”.

O comunicado assegura que os comentários "mentirosos e desastrosos" do Ministro da Defesa ao diário colombiano El Tiempo revelam que o processo de paz entre as Farc-EP e o governo é efetuado com duas medidas, a de Pinzón e de outros agentes do Estado e a dos plenipotenciários do governo em Havana

“Seria interessante que Pinzón se informasse sobre o que acontece em Cuba antes de seguir falando com tamanha irresponsabilidade na contramão dos propósitos de paz”, diz o comunicado.

Desde novembro de 2012, os plenipotenciários das Farc-EP e o governo colom
biano estão em Havana em um processo de paz baseada em uma agenda de seis pontos.
Passados 21 meses desses diálogos, as partes negociantes têm firmado acordos parciais nos postos de reforma rural, participação política das Farc-EP e drogas ilícitas.

Está prevista para setembro a continuação dos Diálogos de Paz que recentemente tomaram impulso com a incorporação das vítimas e a criação de grupos de trabalho para discutir um cessar fogo bilateral e analisar a história do conflito armado de mais de cinco décadas na Colômbia.

Fonte: Prensa Latina