Equador: 60 pessoas são consideradas culpadas por tentativa de golpe

De um total de 96 pessoas envolvidas na tentativa do golpe de Estado de 30 de setembro de 2010 no Equador, 60 foram declaradas culpadas e 36 tiveram ratificação de inocência, assim informou, nesta quarta-feira (24), o fiscal geral de Estado, Galo Chiriboga.

Tentativa de golpe contra Rafael Correa - Reuters

Os delitos pelos quais foram investigados e sentenciados os cidadãos processados, entre eles civis e membros da polícia, foram tentativa de assassinato contra o presidente [magnicídio] (na época já Rafael Correa), homicídio, rebelião, sedição e insubordinação.

Chiriboga afirmou que além dos delitos anteriores, também cometeram atos de terrorismo, atentado contra a segurança interior do Estado e paralização de serviços públicos.

O fiscal indicou que o processo teve assistência penal internacional de países como Colômbia e Perú, e foram solicitados especialistas estrangeiros para investigar aspectos relativos à identificação morfológica de pessoas, fonética forense, análise balística, análise de sequência de imagens, descrição de ações e transcrição de diálogos, entre outros.

De acordo com Chiriboga, o processo de investigação é complexo e, como exemplo, disse que para descobrir quem matou um estudante durante a tentativa de golpe, foi preciso revisar cerca de 150 armas de porte policial para identificar de qual a bala havia sido disparada.

Em coletiva de imprensa, o fiscal recordou que em agosto passado, seis policiais foram sentenciados a 12 anos de reclusão maior, por tentativa de magnicídio.

O Código Penal equatoriano afirma que a tentativa de assassinato contra o presidente da República, ou quem exerça a função Executiva, será reprimida com reclusão maior de 8 a 12 anos, ainda que não chegue a causar nenhum dano.

A data 30 de setembro, que no Equador passou a ser chamado de “30-S”, enfrentou um levante de um grupo de policiais que colocaram em risco a vida de Rafael Correa. O presidente foi detido em um hospital policial por mais de oito horas e foi necessária a intervenção do Exército para resgatá-lo.

A jornada de desestabilização que iniciou nas primeiras horas da manhã deixou um saldo de 10 pessoas mortas e ao menos 300 feridas entre civis, policiais e militares.

Fonte: Telesur