Na ONU, países pedem debate para entender a migração infantil

Presidentes da América Central solicitaram um debate na Assembléia Geral da ONU, que prossegue neste sábado (27), a enfrentar as causas estruturais do problema dos milhares de crianças que migram sozinhas para os Estados Unidos.

Salvador Sánchez Cerén - Reprodução

A pobreza, o narcotráfico, o desemprego e as máfias dedicadas ao tráfico de seres humanos, entre outros males, foram identificados como as raízes do fenômeno pelos presidentes, reunidos em Washington procuraram soluções a partir de um diálogo e não a criminalização das vítimas.

É importante trabalhar com as comunidades de origem da população migrante e criar-lhes as condições de vida, as oportunidades e os valores da família e a unidade, assinalou nessa sexta-feira (26) o chefe de Estado salvadorenho, Salvador Sánchez Cerén. De acordo com o presidente, seu governo se esforça para melhorar a situação dos cidadãos, incluindo os menores.

Sánchez Cerén pediu a Nações Unidas e a comunidade internacional apoio para que a América Central supere a crise dos meninos migrantes, que correm enormes riscos para chegar a território estadunidense, onde são detidos.

Para o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, o problema responde "a uma dinâmica que outros países têm criado", como o narcotráfico, a violência e a pobreza.

"Nosso território é hoje um dos principais campos de batalha de uma guerra que não é nossa. Uma guerra que não iniciamos, cujas estratégias se decidem fora de Honduras", denunciou na passada quarta-feira no debate geral da Assembleia, foro previsto para 24 a 30 de setembro.

Hernández pediu um tratamento digno e respeitoso nos Estados Unidos para os pequenos, a quem qualificou de vítimas inocentes.

Com respeito ao flagelo da droga que açoita à região, o presidente chamou a atenção das nações responsáveis, as produtoras e as consumidoras, e solicitou apego ao princípio da responsabilidade compartilhada.

Também o chanceler da Guatemala, Carlos Raúl Morais, se referiu ao drama dos meninos que migram sozinhos, em seu discurso diante a uma plenária de 193 membros da ONU.

O diplomata demandou respostas estratégicas dirigidas a superar os problemas estruturais. Trata-se de trabalhar juntos por uma maior prosperidade em Honduras, El Salvador e Guatemala, e de um manejo adequado do palco formado pela demanda de empregos temporários nos Estados Unidos e o fornecimento de mão de obra na América Central, estimou.

Na Assembléia Geral, o presidente da Costa Rica, Luis Guillermo Solís, foi outro dos mandatários que alertou sobre a situação dos migrantes infantis centro-americanos.

Fonte: Prensa Latina