Comissão Política Estadual avalia resultado eleitoral

Nesta sexta-feira (31/10), a Comissão Política Estadual do PCdoB na Bahia esteve reunida para tratar da atual conjuntura política depois da eleição deste ano. Abaixo, a análise realizada pelos integrantes da comissão.

Vitória do povo brasileiro na Eleicão

A conclusão central da reunião da Comissão Politica do Comitê Estadual é de que o povo brasileiro foi o grande vencedor na acirrada batalha da eleição presidencial realizada em dois turnos. Para os dirigentes comunistas, a vitória apertada de Dilma numa disputa acirrada demonstrou um alto grau de polarização política no país. As forças populares e democráticas alcançaram o objetivo de caráter estratégico, ao impedir um retrocesso que colocaria em risco todas as imensas conquistas sociais dos últimos 12 anos.

Numa campanha marcada por reviravoltas, onde o apoio da mídia se revelou de forma escancarada e golpista ao candidato do PSDB, o balanço final é considerado bastante positivo. O presidente estadual do PCdoB, deputado federal Daniel Almeida, considerou como importantíssimo o papel da militância dos partidos de esquerda e dos movimentos sociais, especialmente no segundo turno, citando a participação da juventude, sindical, da luta antirracista, movimento pela reforma urbana, de mulheres, LGBT e outros.

Congresso

A análise é de que se fortaleceu na Câmara dos Deputados as bancadas mais conservadoras, com a ampliação da bancada ruralista, dos evangélicos e policiais (bancada da bala) ao tempo em que houve redução da representação dos trabalhadores e da bancada da esquerda. Mesmo nesse cenário adverso, o entendimento do partido é que se deve retomar em novo patamar as lutas por reformas estruturantes na sociedade brasileira, entre as quais a reforma política – esta na ordem do dia – , dos meios de comunicação e outras.

Eleição na Bahia

Pela quarta vez consecutiva, a candidatura do PT vence na Bahia com larga margem de votos. A Bahia foi o estado que deu a maior diferença de votos para Dilma no país (quase três milhões de votos). Ficou demonstrada a força e o prestígio dos governos federal e estadual. A eleição de Otto Alencar, senador, e de Rui, governador, ainda no primeiro turno, revelou o acerto na condução do processo pelo governador Wagner, que saiu bastante fortalecido, inclusive em nível nacional.

Rui Costa comprovou em todos os momentos da campanha ser competitivo e estar preparado pra continuar o processo de mudança iniciado na Bahia, em 2006. O principal derrotado na Bahia é o prefeito de Salvador, ACM Neto, que se apresentou com o maior líder das oposições e apostou todas as fichas em Paulo Souto no primeiro turno e em Aécio no segundo, ambos derrotados com grande margem de votos, incluindo a capital, onde o herdeiro da oligarquia carlista amargou uma derrota acachapante.

Tática do partido no Estado

A reunião avaliou como correta a tática do partido em apresentar uma chapa própria de deputados estadual e fazer coligação em chapão para deputados federais, bem como ajustada a condução das campanhas pela direção do partido no decorrer da batalha. “Não alcançamos a ampliação das bancadas, mas o resultado é positivo, levando em conta as condições da disputa”, disse Daniel.

O PCdoB elegeu dois deputados federais (Alice Portugal e Daniel Almeida); Davidson Magalhães ficou na segunda suplência com expressiva votação e reais possibilidades de assumir. “A manutenção de três vagas na Assembleia Legislativa foi resultado de uma campanha no geral marcada pelo entusiasmo e criatividade, com todos fazendo as dobradinhas que foram fundamentais para a eleição dos federais”, concluiu o presidente do PCdoB Bahia.

Prefeitos

A reunião salientou ainda o papel destacado dos prefeitos comunistas, que corresponderam com expressivas votações aos candidatos do partido. Foi registrada também a contribuição importante vinda de municípios onde o PCdoB disputou eleições municipais e se manteve organizado no campo da oposição local.

Estatísticas

A camarada Daniele Costa, secretária de Organização, apresentou várias tabelas com números e dados comparativos para embasar as discussões. Esses dados serão enriquecidos com outros a serem acrescidos e sistematizados na próxima reunião da Comissão Política e do Comitê Estadual. Para Daniele, “essas informações são importantes para que os debates sobre a política de organização partidária sejam realizados à luz de dados objetivos”.