Mostra no Museu do Estado reúne entusiastas da cultura nipônica

 Amantes da cultura nipônica tiveram um encontro delicado e enérgico com a música e o artesanato japonês, na noite desta quarta-feira (21). O evento em questão era a abertura da exposição “Artesanato do Japão – Tradições e Técnicas”, no Museu do Estado de Pernambuco (Mepe), nas Graças, que contou com show do grupo paulistano Kaito Shamidaiko.

 No início da solenidade, o secretário da Cultura Marcelino Granja celebrou as trocas culturais entre as nações, das quais ajudaram “a formar parte do que somos”, no que o secretário usou ele próprio com exemplo por ter nascido numa colônia japonesa, em Bonito. A cônsul do Japão, Hitomi Sekiguchi, definiu como uma honra trazer a exposição para o Estado, onde há um povo “tão rico culturalmente e no coração”.

André Nery/Folha de Pernambuco

A cônsul Hitomi Sekiguchi e o secretário Marcelino Granja

A apresentação do Kaito Shamidaiko começou por volta das 19h20. Trata-se de um grupo de música folclórica japonesa (minyô) com mais de 20 anos, cujos membros são da mesma família de descendentes de japoneses. O grupo apresenta um folk que em alguns aspectos lembra o gênero ocidental tradicional, principalmente com o som agudo do shamisen (semelhante ao violão), mas com uma atmosfera que remete completamente ao imaginário bucólico japonês.

Foram em torno de quatro músicas, sendo uma inteiramente instrumental percussiva, que evocavam o cenário de pescadores japoneses e lhes desejavam sorte. Em meio ao grito delicado e ríspido da shakuhachi (flauta) – que rimava com os estrondos dos taikôs (tambores) -, as energias de quem ouve deveriam ser renovadas.

André Nery/Folha de Pernambuco

Público confere exposição no Museu do Estado

“O taikô me deixa sem fôlego”, diz a designer de moda Barbara Oliveira, 30 anos, que é especialista em moda japonesa e segue eventos relacionados à cultura japonesa com frequência. Tanto ela, como o amigo Rilton Júnior, 22, que há pouco deixou de lecionar aulas de licenciatura e literatura japonesa, nunca haviam visto uma apresentação do gênero no Recife. “Eu sinto que há um crescente movimento de cultura japonesa em Pernambuco. Espero que cresça a demanda não só pela cultura pop, de animes, mas da tradicional também”, opina Rilton. O público pôde conferir a exposição após a apresentação, que acabou próximo às 20h.

A exposição marca o início das celebrações dos 120 anos do Tratado da Amizade, Comércio e Navegação entre os dois países, assinado em 1895 e ainda em vigor. A mostra fica em cartaz até 8 de fevereiro e os ingressos custam R$ 5 (inteira).

Fonte Folha de Pernambuco