1º de maio – dia internacional dos trabalhadores e trabalhadoras

Essa data comemorativa (mas, ao mesmo tempo de conscientização e luta), foi instituída em junho de 1891, em Bruxelas, durante o 2º Congresso da Segunda  Internacional. Foi uma homenagem à luta dos trabalhadores de todo o mundo, simbolizada pelas históricas manifestações de trabalhadores norte-americanos, que em 1886, em Chicago, iniciaram uma greve geral no dia 1º de maio, por melhores salários e condições de trabalho, tendo como principal bandeira a redução da jornada de 13 para 8 horas. 

Claudio Machado*

Nesse trágico episódio, milhares de trabalhadores foram presos, centenas foram assassinados pela polícia e por jagunços a serviço dos industriais. Os principais líderes operários foram condenados à morte por enforcamento.

No Brasil, em 1925, um decreto presidencial instituiu o 1º de maio como feriado nacional, o que contribuiu para consolidar a data comemorativa dos trabalhadores.

Mas é lamentável que esse dia ainda seja conhecido e nominado por muitos como dia do trabalho e não do trabalhador, confusão incentivada pelos meios de comunicação tradicionais, com o objetivo mal disfarçado de descaracterizar o verdadeiro significado desta data, tão cara aos trabalhadores e tão significativa para sua história de lutas.

Trabalhador é aquele que vende sua força de trabalho para o patrão e, em troca, recebe o valor combinado por essa venda, que é o salário. As operações executadas pelo trabalhador, quando o patrão usa a  força de trabalho adquirida, é corriqueiramente denominada de trabalho. Mas 1º de maio não é o dia em que se comemora as atividades realizadas pela força de trabalho, mas sim o dia em que se homenageia o ser humano que, para sobreviver e garantir  a perpetuação de sua espécie, vende a  única mercadoria da qual é dono e a única capaz de criar riqueza, da qual, no sistema capitalista, usufrui de uma pequena parcela e aliena a maior parte para quem contratou sua força de trabalho.  

Feitas estas considerações e correção, vale ressaltar que neste 1º de maio de 2015 as trabalhadoras e trabalhadores brasileiros têm pouco a comemorar e muito que lutar, principalmente após a aprovação da PL 4330 na câmara dos deputados, que achata salários e precariza as relações patrão/empregado, agregando vantagens para o contratante e impondo inúmeras desvantagens ao contratado, como aumento da jornada de trabalho; maior rotatividade;  aumento do riscos para recebimento de direitos e indenizações; redução de salários e tantas outras desvantagens.

Mas não há outra alternativa a não ser lutar pela manutenção e ampliação dos direitos da classe trabalhadora, tão duramente conquistados ao longo de décadas de embates, muitas vezes sangrentos e aqui no Espirito Santo não é diferente. A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) tem cumprido seu papel, se posicionando frontalmente contra a PL 4330, promovendo e liderando ações que visam barrar o progresso desse projeto de lei que tanto mal poderá causar aos direitos trabalhistas. Mas para além de  iniciativas próprias, a CTB capixaba também tem fomentado o desenvolvimento de ações conjuntas com outras centrais sindicais e logrado êxito, principalmente em parcerias com a Central Única dos Trabalhadores (CUT), contribuindo para o fortalecimento e unificação da luta de toda a classe trabalhadora.

Claudio Machado é secretário estadual de comunicação do PCdoB do Espírito Santo, Vice-presidente da Casa da América Latina "Liberdade e Solidariedade" e coordenador do núcleo capixaba do Barão de Itararé.