Equador vive dia de manifestações a favor e contra o governo

Opositores e simpatizantes do governo do presidente equatoriano Rafael Correa protagonizarão, novamente, nesta quinta-feira (2), concentrações em vários pontos da capital do país, uns para criticá-lo e outros para apoiá-lo.

Rafael Correa

Durante a tarde desta quinta-feira estão marcadas as marchas detratoras, e de maneira simultânea está previsto que milhares de partidários do governo se concentrem na Praça Grande, em frente ao Palácio de Carondelet, sede do Poder Executivo, para apoiar Correa.

O presidente alertou que existem claros indícios de que setores golpistas teriam planos para tomar Carondelet, depois de aproveitar as marchas convocadas para o centro e o sul de Quito. “Oxalá a gente de boa vontade não se deixe enganar: isto nada tem a ver com leis.

É algo que é preparado há tempos”, comentou o presidente em sua conta na rede social Twitter, ao se referir aos distúrbios de 30 de setembro de 2010. Recordou que as mobilizações da semana passada, que apontavam criar desestabilização similar às guarimbas (desordem de rua) na Venezuela, fracassaram. “Tentarão.

Nós lotaremos a Praça Grande com música e alegria, pacíficos mas firmes. Somos mais, muitíssimos mais! Tentam pelo menos nos manter em confrontos permanentes, como fizeram na Venezuela. Não conseguirão”, afirmou o chefe de Estado.

De maneira prévia, o ministro coordenador de Segurança e o titular do Interior, Cesar Navas e José Serrano, respectivamente, advertiram sobre os planos da oposição de ocasionar distúrbios durante as manifestações contra o governo.

Segundo denunciaram ambos os funcionários, a conspiração, na qual estariam envolvidos dois legisladores opositores e um coronel reformado do Exército, incluiria tomar Carondelet, bloquear as vias de acesso a aeroportos, e fechar as fronteiras terrestres do país. Serrano explicou que ao chegar no centro histórico de Quito, os manifestantes seriam incitados a romper o cordão policial ao redor do Palácio Presidencial.

Em 8 de junho passado começaram os protestos opositores no Equador, depois que o Executivo enviou à Assembleia Nacional dois projetos de lei sobre o aumento de impostos sobre herança e lucros, que afetaria menos de 2% do setor mais rico do país. Para manter a paz – véspera da chegada ao país do Papa Francisco, de 5 a 8 de julho próximo – Correa retirou temporariamente as propostas e convocou um diálogo nacional; mas a oposição ignorou e continuou com os protestos.