Liége Rocha: Não há democracia sem a presença de mulheres na política

O PCdoB traçou uma meta audaciosa para 2016: aumentar a presença em prefeituras e câmaras municipais, principalmente nos grandes municípios, com mais de 100 mil habitantes. E não só isso. O objetivo precisa, no entanto, caminhar junto com as bandeiras históricas do partido. Uma delas é a presença feminina nas chapas, como forma de garantir o protagonismo das mulheres – e não apenas que elas cumpram a cota de gênero.

Com a meta, o PCdoB está promovendo uma revolução no modo de inserção da mulher nos projetoseleitorais. O partido possui candidaturas em cidades importantes, como Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Olinda (PE), e, nos três municípios, os projetos são liderados por mulheres: as deputadas Jandira Feghali, Alice Portugal e Luciana Santos, candidatas a prefeita, respectivamente.

Além das três candidaturas femininas em grandes cidades, há outras tantas em médios e pequenos municípios pelo Brasil afora. Segundo a secretária nacional de Mulheres do PCdoB, Maria Liége Rocha, o partido entende que a democracia só existirá, de fato, quando forem rompidas as barreiras que impedem as mulheres de chegar aos espaços de poder.

Nesta pequena entrevista, Liége fala sobre a meta do PCdoB, da expectativa que faz sobre o desempenho das candidaturas femininas nas urnas, em outubro, e, especialmente, sobre o projeto eleitoral de Salvador, com Alice Portugal liderando a frente de esquerda. Confira.

– O que significa ter mulheres do PCdoB liderando chapas majoritárias em cidades tão importantes?

É o reconhecimento do protagonismo de mulheres como Jandira, Alice e Luciana, que sempre estiveram na linha de frente, na luta em defesa de um Brasil livre e soberano, dos direitos das mulheres contra todo tipo de opressão. Mulheres de coragem que, com firmeza, defendem a democracia em nosso país, que só existirá de fato quando rompermos também com a sub-representação das mulheres nos espaços de poder e decisão.

– Qual o diferencial que uma gestão liderada por uma mulher pode ter?

Antes de tudo não basta ser mulher, mas tem que ser uma mulher que defenda e incorpore um Projeto de desenvolvimento que enfrente a opressão de classe e gênero, que combata as discriminações de raça, etnia e de orientação sexual, que contribua para que as cidades sejam inclusivas com mais políticas públicas para as mulheres.

– Qual a expectativa que faz sobre o resultado das urnas, em relação às candidatas comunistas?

As nossas candidatas mulheres Jandira, Alice e Luciana têm toda chance de se elegerem, por suas trajetórias de luta, pelo reconhecimento de seu comprometimento com a luta do povo brasileiro, por serem mulheres destacadas no cenário nacional.

– Especificamente sobre Salvador, qual a avaliação que faz da possibilidade de Alice Portugal – secretária estadual de Mulheres do PCdoB – ser eleita prefeita?

Alice é uma guerreira de sempre, sabe enfrentar um debate político como ninguém, sabe dialogar com o povo e enfrentar desafios, é uma lutadora pela emancipação da mulher e tem uma trajetória política exemplar. Alice Prefeita é o deslumbrar de novos e melhores dias para Salvador.

De Salvador,
Erikson Walla