Trabalhadores cearenses aderem ao Dia Nacional de Paralisação

Sob a bandeira de “Fora Temer” e “Nenhum direito a menos”, centenas de trabalhadores de diversas categorias pararam uma das principais avenidas da capital cearense nesta quinta-feira (22), Dia Nacional de Paralisação. Convocado pelas principais centrais sindicais, os fortalezenses somam-se aos milhares de manifestantes de todo o país para lutar contra as propostas de retrocesso do governo de Michel Temer, dentre elas as reformas trabalhista e previdenciária.

Trabalhadores cearenses aderem ao Dia Nacional de Paralisação

Pela manhã, a concentração reuniu centenas de pessoas em frente à Igreja do Carmo, e bloqueou o trânsito da Avenida Duque de Caxias, um dos principais acessos ao Centro, corredor que liga as regiões Leste e Oeste da Capital. A comerciária Rita Gomes, que passava pelo local, afirmou que o povo já começa a sentir as consequências do novo governo. “Tenho amigas que ficaram desempregadas e vejo muitas lojas fechadas. A conta sempre sobra para o trabalhador”, reconhece.

E foi com o objetivo de alertar a classe trabalhadora sobre os riscos que correm que CTB, CUT, CSP-Conlutas e Frente Brasil Popular convocaram trabalhadores, sindicatos e cidadãos contra as propostas de retrocesso aos direitos do povo. Eram comerciários, professores, operários da construção civil, bancários, profissionais liberais, servidores públicos, representantes de diversas categorias, jovens, homens e mulheres unidos em defesa do povo trabalhador.

“Estas atividades de hoje são apenas o aquecimento para a realização de uma Greve Geral. Temos a convicção de que só com muita pressão e mobilização popular, unidade das centrais sindicais progressistas e classistas o governo usurpador poderá frear tais propostas que representam retirada de direitos. Os atos desta quinta-feira servirão como termômetro para avaliarmos e costurarmos com o povo a nossa principal bandeira: Fora Temer e nenhum direito a menos!”, ratificou Luciano Simplício, presidente estadual da CTB-CE.

Para o sindicalista, a conscientização e a força dos trabalhadores podem barrar o avanço das reformas. “O povo informado, mobilizado nas ruas, cumpre papel importantíssimo. Só a acumulação de forças é capaz de garantir nossas conquistas históricas. Não vamos aceitar que o preço da crise seja colocado nas costas do trabalhador. Quem fez a crise que pague por ela”, enfatizou Simplício.

Diálogo com a população

Wil Pereira, presidente estadual da CUT-CE, também reforçou o caráter inicial da atividade deste dia 22, abordando a construção coletiva de uma Greve Geral. “Há a convicção, em todo o país, de dialogar com a população. Neste momento estamos com diversas categorias paralisando as atividades em protesto e nossa avaliação é de que os atos de hoje são vitoriosos. É preciso que a população entenda que seus direitos estão sendo retirados. Colocar na mão dos patrões a decisão de pagar o 13º salário ou as férias é uma ameaça à CLT e demonstra uma escravidão maquiada. Este é o diálogo que queremos que a população compreenda. O que nos unifica é a retirada de Michel Temer, grave retrocesso e ameaça ao nosso país”, defende.

Mais

As atividades continuaram ao longo do dia. No período da tarde, a paralisação foi na Avenida Borges de Melo, em frente à Contax, uma das maiores empresas da capital. São mais de 2 mil que emprega operadores de serviços de telemarketing, divididos nos três turnos, e consta como uma das empresas que mais explora os funcionários, com inúmeros casos de denúncias de assédio moral. Como na atividade da manhã, o ato também foi acompanhado por movimentos sociais ligados a mulheres, estudantes, defesa de moradia digna e juventude, além de outras centrais.

Na pauta de reivindicações a luta contra as reformas trabalhista e previdenciária, que quer acabar com direitos da classe trabalhadora como férias, 13º salário, jornada de trabalho e previdência social.