Presidente da Bolívia denuncia golpe na Venezuela

O presidente da Bolívia, Evo Morales, denunciou na última sexta-feira (28) que está ocorrendo um golpe na Venezuela e manifestou solidariedade ao chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro.

Evo Morales - AFP

“Há uma aberta conspiração dos EUA contra a Revolução Bolivariana da Venezuela, um golpe (…). Quero expressar toda nossa solidariedade, todo nosso apoio ao companheiro presidente Nicolás Maduro e ao povo irmão, bolivariano e chavista da Venezuela, perante as atuais investidas por parte da direita internacional”, disse Evo à imprensa após uma reunião com a chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez.

Evo também afirmou que o julgamento de responsabilidade política aberto contra Maduro pela Assembleia Nacional venezuelana, dominada pela oposição, é inconstitucional.

Segundo Evo, em seu país também está acontecendo “conspiração econômica impulsada desde fatores internacionais que buscam desestabilizar a economia da Bolívia”.

Já Delcy Rodríguez agradeceu o respaldo de Morales ao “governo democraticamente eleito de Maduro, bem como ao povo venezuelano”, e a “oportunidade” de poder “compartilhar de maneira direta os acontecimentos que presenciamos e transmitir nossa experiência e verdade desde aqui”.

Crise política na Venezuela

Após o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) venezuelano declarar a suspensão do processo de abertura do referendo revogatório do mandato de Maduro, previsto para acabar em 2019, a Assembleia Nacional abriu um julgamento de responsabilidade política contra o presidente e disse que declararia o abandono do cargo, apesar de ter sido destituída de seus poderes jurídicos em setembro pelo Tribunal Supremo de Justiça do país.

Diante desse cenário, a população foi às ruas contra e em apoio a Maduro. Manifestações, violentas e pacíficas, têm acontecido todos os dias em diversas cidades.

A promotora-Geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, informou que,até a sexta-feira (28), 96 pessoas que participavam dos protestos convocados pela oposição foram presas: 90, por delitos comuns, e seis, por suposta violação de direitos fundamentais.

No Estado de Miranda, onde o governador Henrique Capriles é um dos líderes da coalizão opositora MUD (Mesa da Unidade Democrática), um policial foi morto. Em Zulia, houve uma tentativa de homicídio. As autoridades registraram 82 feridos ao todo, sendo 26 deles funcionários públicos e militares.