PCdoB-CE debate tarefas e desafios para 2018

A Comissão Política do PCdoB-CE realizou, no último sábado (20), a primeira reunião ordinária com os novos membros, eleitos pelo atual Comitê Estadual. Na pauta do encontro, a atualização sobre o quadro político e o debate acerca dos desafios a serem encarados por dirigentes estaduais e militantes cearenses neste ano eleitoral.

PCdoB-CE debate tarefas e desafios para 2018

Luis Carlos Paes de Castro, presidente do PCdoB-CE, iniciou sua intervenção fazendo um balanço do cenário político nacional e estadual. Para ele, “quanto mais se aproxima o período eleitoral, mais aumentam as incertezas e a instabilidade política”. “A agenda do governo não retira o país da crise, muito pelo contrário. Os indicadores de recuperação tímida não sinalizam uma recuperação que retire o país do fundo do poço. A Reforma Trabalhista reforçou a tendência de aumentar a informalidade do emprego. Já a Reforma da Previdência, em função da resistência popular, não deve acontecer, fazendo com que Temer não entregue o prometido ao mercado financeiro. Além disso, o governo continua com baixos índices de apoio popular”. Paes enumera ainda a dificuldade da direita de encontrar uma candidatura que unifique suas vertentes e visões.

Pelo viés econômico, o dirigente avalia que as medidas que visam resolver a questão fiscal só olham para a despesa, reduzindo gastos sociais e investimentos públicos. “A pequena redução da taxa de juros e da inflação acontece em função da demanda reprimida e da super safra de 2017. As reformas e as medidas de arrocho tornam a situação ainda mais difícil para a classe trabalhadora. É um governo sem apoio do povo, com força no Congresso, mas que tende a se reduzir com a proximidade das eleições”, avalia.

Para Luis Carlos Paes, o grande embate a ser enfrentado atualmente é inviabilizar a Reforma da Previdência. “Caso aprovada, será ruim para o povo e fortalecerá quem está comprometido com esta agenda liberal de entregar o país ao mercado financeiro. Caso rejeitada, fragilizará ainda mais o governo e fortalecerá a oposição”, explica. Segundo o dirigente estadual, além da questão social, a reforma traria também consequências do ponto de vista político, com repercussão para o projeto eleitoral da esquerda como um todo. “Cabe a nós, neste momento, esclarecer e mobilizar ainda mais o povo trabalhador em torno deste tema”, defende.

Fator Lula

Para Luis Carlos Paes, há também um fator extremamente relevante para o País e para a democracia e que influenciará a luta política nos próximos meses, inclusive as eleições de outubro: o julgamento do ex-presidente Lula, que acontecerá na próxima quarta-feira (24), em Curitiba. “Eles buscam dar continuidade ao golpe, tentando inviabilizar a candidatura do Lula, grande liderança nacional. Apesar disso, Lula tem tido papel importante nesta resistência, quer seja nas caravanas que percorre o país, quer seja na forma como se comportou nas audiências. O povo foi percebendo este movimento e já retoma o protagonismo em sua defesa. Há alguns meses, estávamos acuados, mas, aos poucos, vamos retomando corações e mentes e mobilizando a população”, considera Paes.

O dirigente comunista ratifica que diante destes aspectos, as eleições deste ano ainda estão indefinidas. “Os desdobramentos do julgamento e a forma como os movimentos sociais vão se comportar diante dele ainda são uma incógnita”. Paes alerta ainda para o cuidado que todos devem ter durante este processo. “Devemos ficar atentos aos provocadores, que podem tentar criar fatos que prejudiquem Lula e a esquerda como um todo. Ao mesmo tempo, é nosso papel ratificarmos um perfil de luta enérgica e ampla visando principalmente a defesa da democracia”.

Neste cenário, ele reforça a importância da pré-candidatura de Manuela D’Ávila à Presidência da República pelo PCdoB. “Ela é uma mulher jovem, inteligente, preparada e muito capaz, o que nos dá condição de ocupar um bom espaço neste debate, apresentando nossa proposta em defesa de um novo nacional de desenvolvimento para o Brasil, além da defesa irrestrita de construção de uma frente ampla”, enumera.

No Ceará, reforça Paes, surge a necessidade de reforçar o PCdoB, garantindo as atuais vagas nas casas legislativas e buscando ampliar espaço nos parlamentos estadual e federal. “Para isto, devemos debater e construir este projeto de forma coletiva, envolvendo o conjunto de quadros e militantes em todo o Ceará. Ainda em janeiro, iniciaremos uma série de encontros regionais, os Fóruns de Integração Regional – FIR, que começam já no próximo final de semana”, considera.

Ao longo do dia foi aberta a fase de intervenções, onde os comunistas puderam debater, opinar, apresentar informes e interagir coletivamente