Manoel Fonseca: Turma do STF nega recurso e Lula permanece preso

“Será que a estratégia correta é manter a candidatura de Lula, mesmo ele sendo inelegível e sem possibilidade de participar de comícios e debates, pois continua preso? Ou o correto seria o PT, junto com Lula, indicar um candidato para participar do processo eleitoral?”

Por Manoel Fonseca*

lula

A farsa judicial está consumada. A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), considerada ilusoriamente pela banca de advogados de Lula e por setores do PT como garantista, deu um banho de água fria em quem acreditava na liberdade de Lula por meio judicial. O judiciário brasileiro faz parte e é, no momento, o maior protagonista do golpe. O Supremo faz pequenas encenações de confronto com Sérgio Moro, mas submete-se ao arbítrio deste carrasco de Lula ao mantê-lo preso e sem chances legais de concorrer à eleição, ao não contestar a sua condenação por um colegiado de segunda instância. Do ponto de vista legal, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, Lula é, no momento, inelegível.

O que fazer? Qual é a alternativa para o PT e, principalmente, para Lula, que está, aos 72 anos de idade, preso, isolado do povo, sem tribuna, sem contatos de massa, sofrendo de uma tremenda solidão política? O único conforto de Lula é ouvir os aguerridos gritos de “bom dia” e “boa noite” do valoroso acampamento Lula Livre. E a certeza de que milhões de brasileiros acreditam em sua inocência no famoso caso do triplex, uma absoluta farsa judicial. Mas deve ser um sofrimento profundo de Lula não estar Livre, no meio de seu povo. E tudo indica que Lula permanecerá preso e sem chances de participar livre da campanha eleitoral.

Será que a estratégia correta é manter a candidatura de Lula, mesmo ele sendo inelegível e sem possibilidade de participar de comícios e debates, pois continua preso? Ou o correto seria o PT, junto com Lula, indicar um candidato para participar do processo eleitoral? Que poderia ser do próprio PT, que tem as opções de Lindberg, Hoffmann, Jaques Wagner ou Haddad ou a opção por um dos candidatos Manuela D'Ávila, Boulos e Ciro Gomes. E aproveitar o processo eleitoral para fazer a defesa de Lula Livre, de um programa de governo democrático e popular e da eleição de deputados, senadores e governadores comprometidos com o campo progressista.

Temos grandes chances de vitória, pois as políticas destruidoras de direitos e de lesa-pátria do golpista Temer, apoiado por um parlamento venal e por uma mídia vira-lata, fortalecem um sentimento de repulsa por parte do povo, que pode levar à derrota os candidatos da direita e da extrema direita. O processo eleitoral aponta para a perspectiva de Lula ser livre e voltar ao convívio do povo numa vitória eleitoral do campo progressista em Outubro de 2018.


*Manoel Fonseca é médico e escritor.

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