Para ex-assessor de Reagan, futuro dos EUA depende da vitória de Biden

Falhas de Trump no combate à pandemia do coronavírus levaram o historiador Bruce Bartlett a defender o candidato democrata

Biden tende a receber apoio de ex-eleitores de Trump

As falhas cometidas pelo governo de Donald Trump no combate à pandemia do coronavírus levaram o historiador Bruce Bartlett, ex-assessor dos ex-presidentes republicanos Ronald Reagan e George H. W. Bush, a ser taxativo: o futuro dos Estados Unidos depende da vitória de Joe Biden nas eleições marcadas para 3 de novembro.

Em artigo publicado pelo jornal “USA Today”, Bartlett, que hoje se define como um ex-republicano independente, afirma que tirar Trump da Casa Branca se tornou questão de vida ou morte. Confira abaixo o texto:

Nossas vidas dependem da eleição de Joe Biden

Como um ex-republicano que se tornou independente, não tenho muito a dizer sobre disputa ocorrida entre os Democratas. Eu tinha minhas preferências. Eu apoiei a senadora Elizabeth Warren e teria apoiados muitos outros antes de declarar apoio a Joe Biden. Mas não sendo um Democrata, eu não tinha muito o que fazer, a não ser votar na eleição primária em meu estado.

Contudo, com o senador Bernie Sanders abrindo mão da disputa, é hora de entrar em ação. Com o ex-vice presidente de fato confirmado, as eleições gerais agora começam pra valer. No meu modo de ver, é absolutamente essencial eleger Biden em novembro. É literalmente uma questão de vida ou morte.

Eu entendo que ainda há aqueles que têm questões a resolver, por pura paixão, devido a diferentes pontos de vista entre Biden e Sanders. Saúde pública é obviamente um desses temas. Mas qualquer diferença política levantada nos vários debates agora precisa ser suspensa devido à pandemia do coronavírus. Não haverá outro tema mais importante na cédula eleitoral em novembro.

Apoiadores de Sanders precisam ser patriotas

Fazendo uma rápida analogia, havia um grande e poderoso movimento isolacionista neste país antes da Segunda Guerra Mundial liderado pelo “America First Committee”. Apesar de alguns de seus membros terem simpatia pela Alemanha, a maioria era simplesmente contrária à guerra e pensava que o que ocorria na Europa ou na Ásia não era de seu interesse. Eles eram patriotas.

Sendo patriotas, eles entenderam perfeitamente, depois do ataque japonês a Pearl Harbour em 7 de dezembro de 1941, que uma declaração de guerra seria inevitável. Três dias depois, o “America First Committee” votou por sua dissolução, alegando que “este comitê foi criado em oposição ao envolvimento dos EUA na guerra. Isso foi no passado. Nós agora estamos em guerra”.

Muito poderia ter sido dito a respeito da disputa entre os Democratas neste ano. Apoiadores de Sanders ou de outros candidatos que abrirão mão antes podem continuar acreditando em suas propostas e mantendo críticas a Biden. Eles podem até mesmo achar que suas preferências poderiam ter mais chance de derrotar Trump. Não há nada de errado com esse sentimento.

Contudo, eles precisam entender que quaisquer democratas ainda podem influenciar a campanha de Biden. A escolha de seu (ou sua) vice também será um importante momento. Apesar de Biden ter dito que escolherá uma mulher para sua chapa, há uma grande diversidade de nomes a serem escolhidos entre as principais líderes democratas.

Todo cidadão norte-americano precisa entender que o combate ao coronavírus deve ser a prioridade do país neste momento. Não importa o que as pessoas tenham pensado a respeito de como Trump agiu, ele conseguiu se superar durante a crise. Eu, pessoalmente, creio que ele teve um comportamento terrível. Devido à incompetência de Trump, mais pessoas vão morrer em comparação a uma possível vitória de Hillary Clinton ou de qualquer outro republicano quatro anos atrás.

Portanto, vou dizer novamente: derrotar Trump é uma questão de vida ou morte. Para o bem ou mal, Biden é o único que pode fazer isso. Devemos nos amarrar à vela de seu barco caso queiramos sobreviver. O custo de um novo mandato para Trump é horrível demais para sequer imaginarmos. Eu pretendo apoiar Biden com todos os recursos que tenho. Tenho esperança que alguns líderes republicanos vão fazer o mesmo, em pouco tempo. Penso também que alguns de nós, que temos grande intimidade com o que o Partido Republicano pensa, têm muito a contribuir neste momento.