Barrar Bolsonaro e a Covid 19

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Panelaço pelo Fora Bolsonaro. Projeção na Cidade Baixa,em Porto Alegre. Foto: Luiza Castro/Sul21

A reunião entre Bolsonaro, ministros militares e os comandantes das Forças Armadas, ocorrida no sábado (25) e, no domingo (26), uma manifestação de bolsonaristas em defesa da intervenção militar, com agressões ao STF e ao Congresso Nacional, em que o presidente participou e declarou que havia chegado ao limite e daqui para frente poderia não acatar interferência de outras instituições, são claros sinais que ele alimenta aspirações golpistas.

Isolado, devido suas próprias ações inconsequentes, ameaças de fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal, de retorno do AI 5, e principalmente uma clara demonstração de incompetência para governar o país, além da total irresponsabilidade no combate à pandemia que se alastra velozmente no país, em grande parte por conta do mau exemplo do próprio presidente e parte de seus apoiadores, Bolsonaro vê como última saída um golpe para se tornar ditador absoluto.

O caráter antidemocrático, e porque não dizer terrorista e fascista de Bolsonaro, vem desde a época que fora expulso do Exército por planejar a explosão de bombas no próprio quartel e na Estação Guandú do Rio de Janeiro. Com apoio de setores clandestinos hoje identificados como grupos paramilitares ou milícias, se tornou político por nove mandatos, durante os quais nenhum projeto fizera de interesse público, a não ser prestar homenagens à líderes de milicianos e torturadores do regime militar.

Em momento de descrédito da política e de ascenção das forças de ultradireita no mundo e no Brasil, Bolsonaro apoiado por grupos forâneos e do chamado mercado, ávidos em surrupiar ainda mais as riquezas do Brasil, montam um discurso e uma estratégia de “combate à corrupção e à velha política”, se colocando como “novo”, apesar de 28 anos como deputado federal sem nenhum serviço prestado ao país. Com forte apoio de grandes grupos empresariais como Havan e outros, desenvolve intensa campanha fraudulenta, sustentada por caixa 2 e mega esquema de fake news. Bolsonaro, de forma inacreditável se transforma em presidente do Brasil.

Sem nunca ter administrado nem um boteco, completamente avesso as normas democráticas, às ações coletivas, nenhum respeito a instituições também responsáveis pelo estado de direito o país em conjunto com o Poder Executivo, como o Congresso Nacional, o STF, os governos estaduais e municipais, Bolsonaro é um peixe fora da água. Desesperado, diz que não o deixam governar, e busca apoio numa parcela minoritária de aloprados como ele para tutelar a PF e até o Exército, dizendo que vai trocar seus comandantes, e se tornar ditador supremo do Brasil.

Em meio a pandemia do Covid que se alastra nas capitais e cidades do pais, justamente pela incompetência e maus exemplos do próprio presidente, este quer se aproveitar justamente desse momento de difícil mobilização de contestação, a não ser panelaços, para implantar no país, novamente, um triste e macabro regime ditatorial.

É passada a hora de barrar Bolsonaro.

É passada a hora de ser aplicado os instrumentos legais da Constituição brasileira e barrar o insano que promove cada vez mais desemprego, que rouba direitos dos trabalhadores, de servidores públicos, dos estudantes, dos professores, retira recursos da saúde, da ciência, debocha descaradamente dos milhares de mortos e ainda diz: “E daí, se morrerem os que terão que morrer”.

Antes que a pandemia mate outros milhares, que promova ainda mais desemprego, falência de milhares de pequenas, médias e grandes empresas, que destrua mais ainda nossa economia, é passada a hora da tomada de decisão efetiva das instituições nacionais que tem atribuição da garantia da Constituição e do Estado de direito no Brasil.

Lembremo-nos dos momentos decisivos e dos heróis de nossa pátria – Libertas quae sera tamen.

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