Defesa falsa e equivocada da economia

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Bolsonaro e Guedes beneficiam os ricos em detrimento das pessoas mais pobres

Bolsonaro, ainda na campanha, deixou claro sua opção política e econômica, indicando Paulo Guedes, a quem chamou de Posto Ipiranga. Paulo Guedes, até então desconhecido faz parte de um grupo intitulado de Chicago Boys, defensores da superada e mofada política neoliberal, do “controle fiscal”, do chamado estado mínimo.

No mundo essa política levou os países à bancarrota, como a Grécia, Espanha, México e outros. Na América Latina, entre as vítimas estão o Chile, há vários anos em meio à crises e protestos violentos, e a Argentina, que após se desmoronar, nas últimas eleições em 1º turno, se livrou de Macri, um outro neoliberal, amigo de Bolsonaro e Guedes.

Os países matrizes da política neoliberal, como a Inglaterra e EUA e outros essencialmente capitalistas, depois de muitos anos sentindo seus efeitos nocivos, a abandonaram. A última reunião da Business Roundtable, principal entidade de cúpula do capitalismo que reúne as 200 maiores corporações americanas, chegou à conclusão que, a política neoliberal concentrou demasiadamente a renda para poucos e alastrou a miséria para milhões. Em todos os países que a adotaram, inclusive nos EUA, o resultado ao invés do progresso e do desenvolvimento, foi o fracasso econômico e social.

Os números da economia nesses países e aqui no Brasil comprovam esse fato. Desde a metade do governo Dilma, quando cedeu ao mercado e nomeou Joaquim Levy, defensor dessa política, passando pelos governos Temer e agora Bolsonaro, os números do PIB despencaram, sendo nos últimos anos, não mais que 1%.

Agora com a pandemia da Covid 19, para evitar recuo mais significativo da economia, a maioria dos países abandonam as práticas do neoliberalismo ou do estado mínimo e injetam significativos recursos públicos na economia.

A Alemanha injeta expressivos recursos, os EUA injetam US$ 3 trilhões, equivalente a quase 18 trilhões de reais. Aqui Bolsonaro e Paulo Guedes inicialmente ofereceram R$ 200 aos desempregados, autônomos e informais, cerca de 90 milhões de brasileiros. Após muita briga dos deputados de esquerda, o Congresso Nacional conseguiu aprovar R$600,00, que até agora nem a metade dos necessitados conseguiram receber sequer a 1ª parcela.

As pequenas e médias empresas que empregam a maioria dos empregos no Brasil, até agora estão a ver navios, ou suas contas no vermelho, pois a promessa de ajuda com empréstimos a juros baixos nos bancos, não se concretizam.

Bolsonaro, sob a batuta de Paulo Guedes, faz discursos inflamados em defesa da economia, mas ambos não arredam um centímetro da velha e mofada política neoliberal do “controle fiscal”, de “contenção de gastos”. Sentam em cima das deliberações do Congresso para ajuda dos necessitados, da saúde e das empresas.

Bolsonaro e Paulo Guedes, descaradamente, para se eximir de suas responsabilidades e incompetência, atiram a culpa nos governadores, prefeitos, no Congresso, no STF e nos partidos de esquerda.

Bolsona, em clara demonstração de insensibilidade e descompromisso com a vida, além de pouco caso com a área da saúde, demite ministros em plena pandemia, faz declarações macabras, como “não sou coveiro”, “não sou milagreiro”, “e daí se morrerem milhares?”.

Bolsonaro, inacreditavelmente, como um demente desvairado, repete que por ele desde o começo da pandemia, estaria tudo aberto. Diz defender a economia, mas não consegue perceber os exemplos de outros países que para reativar a economia foi preciso agir com eficácia e responsabilidade, adotando medidas rígidas de confinamento social horizontal, realização de testes em massa, para evitar a proliferação do vírus, recuperar os infectados e doentes.

Bolsonaro, não sabemos se por ignorância, por incompetência ou por maldade nata, ou todas maledicências juntas, não consegue perceber que quanto mais rápida e eficaz for o combate à pandemia, mais rápido será o retorno à normalidade, menor o número de mortos, e menor o prejuízo econômico.

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