Brasil tem carne barrada na China e cidadãos impedidos de ir à Europa
Medidas indicam isolamento do país em meio ao descontrole de casos da Covid-19. Presidente da França, Emmanuel Macron, também criticou acordo Mercosul-União Europeia.
Publicado 30/06/2020 16:35 | Editado 30/06/2020 16:37
Com o descontrole da pandemia da Covid-19, somado a outras atitudes, o Brasil vai se isolando de parceiros internacionais. O Vermelho publicou recentemente matéria sobre a piora na imagem internacional do Brasil e como isso afeta a economia.
Isso vem ganhando contornos cada vez mais concretos, como o alerta de investidores internacionais que ameaçaram retirar investimentos de seus clientes no país em razão da situação do desmatamento. Nesta terça-feira (30), o cenário de isolamento em que o governo Bolsonaro coloca o Brasil ficou mais evidente.
A Administração Geral das Alfândegas da China suspendeu temporariamente a importação de carne de três frigoríficos brasileiros devido à escalada dos casos de Covid-19 no Brasil, segundo informações do Ministério da Agricultura. A pasta também suspendeu as exportações para a China de um quarto frigorífico que foi alvo de decisão judicial em decorrência de falha nos procedimentos de prevenção e controle da disseminação do novo coronavírus entre os funcionários.
Um novo surto de Covid-19 próximo a Pequim colocou a China em alerta, e suas autoridades sanitárias passaram a monitorar empresas de todo o mundo que exportam para o país. Segundo o ministério, as autoridades sanitárias chinesas pediram informações sobre alguns estabelecimentos que exportam para o país e tiveram destaque na imprensa por conta do número de casos de Covid-19 entre seus trabalhadores.
Barrados na Europa
Também hoje, a União Europeia confirmou oficialmente que residentes do Brasil e dos Estados Unidos serão barrados na reabertura das fronteiras externas do bloco, no dia 1° de julho, após mais de três meses fechadas.
De início, o processo gradual permitirá apenas a visita de pessoas oriundas de um grupo de 14 países que conseguiram controlar a pandemia da Covid-19 em seus territórios. Nas Américas, apenas Uruguai e Canadá foram incluídos no seleto rol.
Acordo comercial ameaçado
O acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE), assinado em 2019 após 20 anos de negociações, também está em risco devido ao desmonte das políticas ambientais promovidas por Ricardo Salles ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro. Nesta segunda (29), o acordo voltou a ser criticado pelo presidente da França, Emmanuel Macron.
Para Macron, a não implementação efetiva pelo Brasil do Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas é um entrave.“Vocês dizem: ‘nenhum acordo comercial com países que não respeitarem o Acordo do Paris’. Eu compartilho dessa opinião“, afirmou, ao participar da Convenção Cidadã pelo Clima na França.
No início deste mês, o parlamento da Holanda já havia aprovado uma moção de desconfiança sobre o acordo, devido à preocupação com a situação da Amazônia. O acordo de livre comércio precisa do aval dos 27 países-membros da UE para entrar em vigor.
Com informações de UOL, o Globo e Poder360