Dez capitais apresentam sinais de crescimento de Covid-19, diz Fiocruz

Casos notificados e óbitos no país apresentam ocorrência muito alta e crescente

Descontaminação da Catedral de Brasília, como parte das ações de combate e enfrentamento ao novo Coronavírus. Foto Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O boletim InfoGripe, divulgado semanalmente pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),  mostra que dez capitais brasileiras apresentam sinal de crescimento moderado, probabilidade maior que 75%, ou forte, probabilidade maior que 95% na tendência de longo prazo (seis semanas) de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e de Covid-19. 

Os casos notificados e óbitos no país apresentam ocorrência muito alta, segundo o boletim. O coordenador do InfoGripe, pesquisador Marcelo Gomes, observou que 20 das 27 capitais apresentam sinal de estabilidade ou crescimento na tendência de longo prazo.

A análise refere-se à semana epidemiológica de 18 a 24 de outubro e tem com base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 27 deste mês.

Balanço do Ministério da Saúde divulgado nesta sexta-feira (30), aponta que as mortes decorrentes da Covid-19 chegaram a 159.477 desde o início da pandemia. As informações são consolidadas a partir de dados das secretarias estaduais de saúde.

Em 24 horas, desde a divulgação do boletim de ontem até a divulgação dos dados de hoje, foram registrados 508 óbitos. Ontem, o sistema de dados sobre a pandemia marcava 158.969 mortes por complicações pela doença. Ainda há 2.300 mortes em investigação.

O balanço indica que o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus desde o início da pandemia atingiu 5.516.658. Entre ontem e hoje, foram notificados 22.282 novos diagnósticos positivos. Ontem, o sistema do ministério trazia 5.468.270 pessoas com Covid-19 desde o início da pandemia.

Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos 7 dias foi de 433, de acordo com levantamento do consórcio da imprensa. A variação foi de -12% em comparação à média de 14 dias atrás, indicando tendência de estabilidade nas mortes por Covid-19, ou seja, quando não houve aumento ou queda significativa no período.

A média móvel de novos casos nos últimos 7 dias foi de 23.411 por dia, uma variação de +16% em relação aos casos registrados em dua semanas. Ou seja, indica aumento em relação aos últimos 14 dias, pelo quarto dia seguido. Essa tendência de alta veio após 83 dias em queda ou em estabilidade.

Conforme a atualização do ministério, ainda há 390.917 pacientes em acompanhamento. Outras 4.966.264 pessoas se recuperaram da doença.

Capitais

Em Aracaju, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Macapá, Maceió  e Salvador há sinal forte de crescimento no longo prazo. Nas capitais, Belém, São Luís  e São Paulo, observa-se sinal moderado de crescimento do número de infectados para a tendência de longo prazo, acompanhado de sinal de estabilização na tendência de curto prazo.

As capitais, Belém, Florianópolis, Fortaleza, João Pessoa, Macapá, Salvador e São Luís já completam ao menos um mês com manutenção do sinal de crescimento na tendência de longo prazo em todas as semanas.

Já a capital paulista apresenta sinal de crescimento a longo prazo pela primeira vez desde o início do processo de queda, embora já venha dando sinais de possível interrupção da tendência de queda. Porto Alegre apresentou sinal de estabilização tanto na tendência de curto quanto de longo prazo.

Marcelo Gomes destacou a necessidade de cautela em relação às próximas semanas, especialmente em relação a eventuais avanços nas ações de flexibilização das medidas para diminuição do contágio na capital gaúcha.

Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, não confirmou sinal de estabilização na tendência de longo prazo, retornando ao sinal de queda nesse indicador. Segundo o coordenador do InfoGripe, embora a tendência de curto prazo tenha mantido sinal de estabilização, ainda é preciso cautela em relação a ações de flexibilização.

“Como já relatado em boletins anteriores, identificamos diferença significativa entre as notificações de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no estado do Mato Grosso registradas no sistema nacional Sivep-Gripe e os registros apresentados no sistema próprio do estado. Tal diferença se manteve até a presente atualização”, avaliou Marcelo Gomes.

Macrorregiões

Em 12 das 27 unidades federativas observa-se tendência de longo prazo com sinal de queda ou estabilização em todas as respectivas macrorregiões de saúde. Nos demais 15 estados, Amapá, Pará e Tocantins (Norte), Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, e Sergipe (Nordeste), Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (Sudeste), Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Sul), e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste) há ao menos uma macrorregião estadual com tendência de curto e/ou longo prazo com sinal moderado ou forte de crescimento.

Os estados com mais mortes são São Paulo (39.255), Rio de Janeiro (20.565), Ceará (9.337), Minas Gerais (8.962) e Pernambuco (8.609). As Unidades da Federação com menos óbitos são Acre e Roraima (692), Amapá (747), Tocantins (1.097) e Rondônia (1.455).

Cinco estados apresentam indicativo de alta de mortes: Santa Catarina, Espírito Santo, Acre, Amapá e Ceará. Outros 10 estados e o DF têm curvas que apontam queda.

  • Subindo (5 estados): SC, ES, AC, AP e CE
  • Em estabilidade, ou seja, o número de mortes não caiu nem subiu significativamente (11 estados): RS, RJ, GO, AM, PA, RO, BA, MA, PE, PI e SE
  • Em queda (10 estados + o DF): PR, MG, SP, DF, MS, MT, RR, TO, AL, PB e RN

Com informações da Agência Brasil e do G1

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