Índia exibe pior cenário de colapso funerário

Dezenas de corpos de possíveis vítimas da Covid-19 aparecem às margens do Ganges, na Índia. Crematórios lotados e pobreza extrema de algumas regiões favorecem cenário.

Cerimônia de cremação de morto vítima da covid às margens do rio Ganges, na Índia.

Dezenas de cadáveres que seriam de vítimas da Covid-19 apareceram às margens do rio Ganges, no norte da Índia, segundo informaram as autoridades nesta segunda-feira (10). A crescente de contágios e mortes ameaça tornar esse cenário apenas o início de algo pior.

A pandemia se espalhou rapidamente pelo vasto interior rural da Índia, sobrecarregando as infraestruturas sanitárias locais, assim como crematórios e cemitérios. O aumento atual se espalhou para além das grandes cidades em áreas rurais onde os hospitais são poucos e distantes entre si e com poucos registros estatísticos.

Cerca de 40 corpos foram encontrados no distrito de Buxar, perto da fronteira entre os estados de Bihar e Uttar Pradesh, dois dos mais pobres da Índia. Algumas informações da imprensa local apontam para mais de 100 corpos.

Informes que citam outros funcionários mencionam que alguns estavam inchados e parcialmente queimados, o que significa que podem ter estado no rio por vários dias.

Moradores da região acreditar que os cadáveres tenham sido jogados no rio porque os crematórios estão lotados, ou porque seus parentes não puderam pagar a madeira necessária para as piras funerárias.

De acordo com estatísticas oficiais, cerca de 4 mil pessoas morrem todos os dias na Índia por causa do coronavírus. O número total de mortos seria de quase 250 mil. Com base nas evidências constatadas em crematórios, muitos especialistas acreditam, porém, que o verdadeiro número diário possa ser várias vezes maior. A Índia tem sérios problemas de vigilância estatística de mortes.

Abaixo o relato de um religioso hindu ao The Guardian lutando para tentar cremar os mortos pela covid:

Com informações da France Presse

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