Bolsonaro se desmancha no ar

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Montagem com fotos de Agência Senado e foto de Bolsonaro da AFP

Trazendo a frase “tudo que é sólido se desmancha no ar”, de Karl Marx,  para nossa realidade pode-se verificar como ele sustentou, que algo que era tido como sagrado ou verdadeiro, posteriormente analisado com serenidade, não mais se sustentava, ou seja, desmanchava no ar. Na última eleição para presidente a maioria dos eleitores elegeu Bolsonaro, tratado por seus eleitores mais fanáticos como sagrado mito.

Seguindo a orientação de Marx, analisemos com serenidade a realidade do nosso país.

Comecemos pela saúde, questão básica para que cada pessoa possa ter as mínimas condições de vida, de trabalho, de produzir riquezas para sua família e para o país. Já foram quase 530 mil óbitos e quase todas as cidades do Brasil. Sem contar os que ainda serão infectados, os que ficaram com sequelas graves que poderão ainda ocasionar óbitos.

O que vem ocorrendo com a educação, questão fundamental para o desenvolvimento intelectual das pessoas e do país? O que assistimos é um desmonte geral das nossas universidades, corte de verbas para aperfeiçoamento, bolsas de estudo ou sequer para garantir a manutenção da infraestrutura. Resultado, o ensino desmancha no ar.

Quanto ao meio ambiente, nossos ecossistemas, únicos e valiosos inclusive para o planeta, como a Amazônia, o Pantanal, a Mata Atlântica e o cerrado? Infelizmente são destruídos sob o arrasto das correntes dos tratores, dos motosserras, ou queimadas, sob a sanha de pecuaristas, madeireiros, garimpeiros, com o total beneplácito do governo, que fragilizou todos os órgãos de fiscalização.

Nossas riquezas, sendo uma das principais, o petróleo do pré-sal que serviriam para alavancar o desenvolvimento do Brasil em vários setores? O setor tem sido privatizado a preços de bananas, assim como várias empresas do ramo de combustíveis. Isso vai levar o nosso petróleo cru para outros países, onde será refinado e voltará com o preço em dólar, custando mais que o dobro. A consequência é o aumento generalizado dos alimentos e todos os demais produtos e serviços que dependem de combustível.

No setor elétrico, a situação é semelhante e agora pretendem privatizar a Eletrobras. Isso elevará as contas de energia em mais de 50%, com a desculpa esfarrapada e mentirosa que que responsáveis são as chuvas, quando tivemos em 2020 o 4ª maior índice pluviométrico dos últimos anos.

Sem falar de outros setores, mas principalmente por isso, o Brasil já regrediu da 6ª para a 12ª posição econômica no mundo.

O desemprego atinge níveis recordes, a insegurança alimentar e a fome já atinge mais da metade da nossa população. Cerca de 1 milhão de pequenas e médias empresas foram fechadas, por enquanto.

A pandemia ainda infecta e mata milhares, mas além do descaso, da irresponsabilidade, das ações contrárias à ciência, a CPI que felizmente foi aberta, está mostrando um mar de lama de negociatas e corrupção envolvendo vários setores do governo e até o próprio Bolsonaro.

Por tudo isso o “mito” se desmancha no ar, aliás nas pesquisas, que já apontam que mais de 60% dos eleitores declaram que não votariam de jeito nenhum em Bolsonaro.

Cada vez mais desesperado Bolsonaro não mais governa, ou desgoverna. Reage com ameaças autoritárias, inclusive de uso da Forças Armadas, insufla sua base mais fanática, intimida a Suprema Corte, o Congresso, entidades e partidos de oposição.

O povo brasileiro, que perdeu familiares e amigos, e amarga violenta recessão, sai as ruas com cartazes com os dizeres: Bolsonaro é pior que o vírus, Impeachment já.

Na manifestação do dia 3 de julho, em São Paulo, alguns vândalos quebraram lojas e incendiaram agência bancária. Pelas características, vestimentas e equipamentos utilizados, circulam denúncias que foram pessoas infiltradas, identificadas com o bolsonarismo. São práticas antigas da ditadura militar, de governos autoritários que tentam se perpetuar no poder e visam desmoralizar amedrontar e desmobilizar as manifestações.

Urge pôr um fim a tantos prejuízos, mortes e desmandos- Fora Bolsonaro.

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