Presidente da CPI da Covid adverte Bolsonaro: “Não terá golpe na democracia”

Por meio de uma nota lida na sessão da comissão, o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse que o presidente não tem direito de usar a máquina pública para ameaçar a própria democracia que o elegeu

Blindados da Marinha no desfile na Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (10) (Foto: Pedro França/Agência Senado)

O presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), posicionou-se contra Bolsonaro pela exibição de tanques da Marinha na Esplanada dos Ministérios nesta terça-feira (10), mesmo dia em que Câmara dos Deputados apreciará a PEC do Voto Impresso. Por meio de uma nota lida na sessão da comissão, Aziz disse que o presidente não tem direito de usar a máquina pública para ameaçar a própria democracia que o elegeu.

“Não haverá voto impresso, não haverá nenhum tipo de golpe contra nossa democracia, as instituições, como o Congresso à frente, não deixarão que isso aconteça”, advertiu.

O senador afirmou que a democracia tem instrumentos para defender a própria democracia contra arroubos golpistas. “Agressões à Constituição não são legítimas. Defender golpe não é aceitável. E defender o fim da democracia precisa ser punido com o rigor da lei. Nós, os democratas, estamos aqui a postos para defender a democracia e nosso país com os instrumentos que a Constituição nos confere”, afirmou.

Para ele, Bolsonaro está evidenciando toda a fraqueza de um presidente acuado pelas investigações de corrupção. “Cria uma encenação, uma coreografia para mostrar que tem o apoio das Forças Armadas e pode fazer o que quiser. É um absurdo inaceitável. Não é um teatro sem consequências, mas um ataque frontal à democracia que precisa ser repudiado”, protestou.

De acordo com o presidente da CPI, Bolsonaro comanda um lamentável desfile de blindados, em uma clara tentativa de intimidar parlamentares e opositores. “O papel das Forças Armadas é defender a democracia, não ameaçá-la. Desfiles como esse serviriam para mostrar força para conter inimigos externos que ameaçassem nossa soberania, o que não é o caso”, lembrou.

Omar destacou que, em apenas dois anos e meio, Bolsonaro colocou o país numa posição vexatória, degradou as instituições e rebaixou as Forças Armadas. “Todo o homem público, além de cumprir seus deveres constitucionais, deveria ter medo do ridículo. Mas Bolsonaro não liga para nenhum desses limites, como fica claro nessa cena patética de hoje, que mostra apenas a ameaça de um fraco que sabe que perdeu.”

Autor