600 mil: mortes teriam sido evitadas se governo tivesse se empenhado
O coordenador do Comitê Gestor de Crise da Covid-19 do Cofen,Walkírio Costa Almeida, criticou a perda de tempo do governo federal em adquirir vacinas e estimular a prevenção contra a pandemia.
Publicado 08/10/2021 22:51 | Editado 12/10/2021 19:12

Neste dia 8 de outubro, quando o Brasil contabiliza 600 mil túmulos de vítimas da covid-19, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) reuniu notificação de 58.775 contágios e 866 mortes de profissionais de enfermagem no Brasil por Covid-19. São cerca de uma morte e meia por dia, desde o início da pandemia, considerando a letalidade anterior à vacinação. São 574 dias desde a primeira morte por covid notificada.
Esse número de mortos é considerado o maior do mundo, como tantos outros dados sinistros que destacam o Brasil. Cerca de 7% do total de contaminados no mundo são profissionais de saúde, o equivalente a mais de 300 mil.

O coordenador do Comitê Gestor de Crise da Covid-19 do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Walkirio Costa Almeida, comentou ao portal Vermelho, o significado deste número astronômico de mortos, evitável, segundo ele.
Ele ressalta o fato desta marca colocar o Brasil na segunda posição do ranking dos países com maior número de mortes, desde o início da pandemia. Ele ainda lembrou que, se considerarmos apenas o ano de 2021, o Brasil ocupa o primeiro lugar de mortalidade.
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“Não temos dúvida, de que muitas dessas mortes poderiam ter sido evitadas, se o governo tivesse se empenhado em promover medidas de prevenção pela população brasileira”, diz ele, referindo-se ao modo como o presidente negou a gravidade da doença e desestimulou lockdowns e uso de máscaras, incentivando aglomerações e gerando instabilidade no Ministério da Saúde, durante toda a pandemia, inclusive recentemente.
“[Muitas dessas mortes teriam sido evitadas] se o governo não tivesse perdido um tempo precioso em adquirir as vacinas e iniciar o programa de imunizações em nosso país”, disse ele, fazendo referência às denúncias que eclodem na CPI da Covid, no Senado, revelando a recusa do Ministério da Saúde em adquirir algumas vacinas, enquanto tentou favorecer outras sob suspeita de pagamento de propina. O modo como essas atitudes tumultuaram a campanha de imunização acabou permitindo um volume de internações de casos graves que poderiam ter sido evitadas.
