Luciana, bandeira de luta

A Frente Popular de Pernambuco, historicamente de centro-esquerda, se depara com uma batalha de longo alcance no pleito de outubro

Foto: Ascom

As multidões se guiam por símbolos. Mais ainda nos dias que correm, em que a comunicação cibernética se faz instantânea e a percepção das ideias e dos fatos compelida à imagem e à frase curta.

Numa batalha eleitoral de grande dimensão, símbolos comunicam muito mais do que argumentos detalhados, ainda que lógicos.

A Frente Popular de Pernambuco, historicamente de centro-esquerda, se depara com uma batalha de longo alcance no pleito de outubro.

Vencer não será fácil, como nunca foi — mesmo quando elegeu Miguel Arraes governador, em 1986, ainda sob a euforia da vitória contra a ditadura militar.

A esperança estava de volta, dizíamos todos.

E Arraes, que retornara do exílio, era a face da esperança.

Agora, a Frente Popular pernambucana se entrelaça com a frente ampla que se constrói em torno da candidatura de Lula à presidência da República. Deve ter a mesma face, falar a mesma linguagem e exibir símbolos compatíveis.

O risco é aqui é se cometer o equívoco de uma chapa destoante, que se comunique em tom cinza, sem as cores da rebeldia e da reconstrução nacional que emolduram a candidatura de Lula.

Daí a absoluta necessidade do candidato a governador pelo PSB, deputado Danilo Cabral, comparecer às ruas ombreado com companheiros de chapa do PCdoB e do PT.

A manifestação de amplo arco da sociedade civil, segunda-feira 18, em favor de Luciana Santos para o Senado fez-se, portanto, precisa e oportuna.

A vice-governadora e presidente nacional do PCdoB – mulher, negra, competente e combativa – acrescenta à chapa majoritária da Frente Popular coragem e leveza.

Tudo a ver com a resistência ao bolsonarismo fascistóide. Plena identidade com a frente nacional de reconstrução do país.

Luciana no Senado para ajudar Lula é mais do que um slogan. É uma bandeira de luta.

Grito de guerra e esperança, como foi Arraes em 1986.

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