Jovens deixam Brasília com as energias renovadas para a luta de 2022

Não somente Kerollaine, Luís Vitor, Gustavo, Maria Isabel e Isabela Yana bem como os demais cerca de 7 mil estudantes que participaram do Congresso da Ubes retornaram para suas casas com as energias renovadas para a luta de 2022. Dispostos a aprender, os estudantes que participaram do 44º Congresso da Ubes deixam também na capital do país a lição de que se deve guardar a esperança.

Foto: Rebeca Belchior

Aos 18 anos, Isabela Yana, do Povo Terena, mobilizou-se com outros colegas da Escola Estadual Indígena Cacique Vicente de Almeida, localizada na cidade sul-mato-grossense de Miranda, para representar o povo Terena no 44º Congresso da União Brasileira de Estudantes Secundaristas, que se encerrou neste domingo (15), em Brasília.

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“Viemos ao Congresso da Ubes com o intuito de buscar melhorias para a educação do povo indígena também. Sabemos que a educação do povo indígena hoje está em uma situação bem ruim, então, queremos buscar estas melhorias para nos ajudar a evoluir e a crescer na nossa vida profissional também”, disse a jovem, que cursa o primeiro ano do ensino médio.

Isabela Yana

Assim como Isabela Yana, jovens de todo o país participaram na capital brasileira do congresso, marcado pelos protestos contra o governo do presidente Jair Bolsonaro, pela defesa da educação no país, pela diversidade e pela conscientização dos jovens sobre a importância das eleições de 2022.

A estudante do segundo período do curso técnico de controle ambiental na unidade Natal Central, do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, e integrante do grêmio estudantil Djalma Maranhão, Maria Isabel Aguiar Trajano, conta que ela e os amigos fizeram questão de tirar o título pela primeira vez e foram juntos ao Congresso. “Participar desse momento histórico, de tudo o que está acontecendo aqui, é muito revigorante, não só para mim mas para todos os estudantes secundaristas que estão aqui também, lutando por nós e pelas outras escolas municipais e estaduais também”, disse ela.

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Este congresso foi especialmente marcado pela alegria do encontro, porque a pandemia impediu a realização dos eventos presenciais nos últimos anos. Pela primeira vez participando de um congresso da Ubes, Gustavo Souza Trindade, de 15 anos, é estudante da Escola Estadual Mario Kosel Filho, que fica no extremo leste de São Paulo. “Fiquei muito feliz por estar aqui. Espero que consigamos fazer história. Fora Bolsonaro!”, disse ele.

Gustavo Trindade

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Estudante do segundo ano do Colégio Cid Boucault, localizado no outro extremo da maior cidade do país, em Jundiapeba – que fica em Mogi das Cruzes, município que faz parte da área metropolitana de São Paulo – Luís Vitor de Oliveira Santana, 16 anos, foi a Brasília integrando o movimento que elegeu a nova diretoria da entidade. “Viemos pela União da Juventude Socialista, representando o movimento “Eu só quero é ser feliz”, que basicamente defende a ideia de que, nós, jovens só queremos ter a oportunidade de sermos felizes e, para isso, precisamos ter os nossos direitos respeitados. E lutamos por isso”, explica.

Assista aqui ao vídeo do movimento “Eu só quero é ser feliz”.

Colega dele, Kerollaine Evangelista foi a Brasília em busca de formação política, que considera importante nesse ano em que o Brasil viverá uma eleição histórica: “O que eu espero do congresso é aprender sobre política, porque isso vai ser muito importante para o futuro do Brasil. Nós vamos votar e queremos o melhor para o Brasil”.

Não somente Kerollaine, Luís Vitor, Gustavo, Maria Isabel e Isabela Yana bem como os demais cerca de 7 mil estudantes que participaram do Congresso da Ubes retornaram para suas casas com as energias renovadas para a luta de 2022. Dispostos a aprender, os estudantes que participaram do 44º Congresso da Ubes deixam também na capital do país a lição de que se deve guardar a esperança.

Como disse o poeta Gonzaguinha, na canção “E vamos à luta”: Eu acredito/É na rapaziada/Que segue em frente/E segura o rojão/Eu ponho fé/É na fé da moçada/Que não foge da fera/E enfrenta o leão/Eu vou à luta/É com essa juventude/Que não corre da raia/À troco de nada/Eu vou no bloco/Dessa mocidade/Que não tá na saudade/E constrói/A manhã desejada.