Espetáculo lança “Querido Lula: cartas a um presidente na prisão”

O evento ocorrerá nesta terça-feira (31), às 19h no Teatro Tuca, situado na Rua Monte Alegre, 1024, em São Paulo. Os ingressos estão esgotados.

O espetáculo “Querido Lula: cartas do povo brasileiro” marca o lançamento do livro Querido Lula: cartas a um presidente na prisão. A apresentação tem como roteiro as correspondências que brasileiros de todo o país e também do exterior enviaram ao presidente no ano e meio em que esteve detido em Curitiba.

As cartas serão lidas por Zélia Duncan, Denise Fraga, Camila Pitanga, Preta Ferreira, Cleo Pires, Maria Ribeiro, Monica Iozzi, Celso Frateschi, Grace Passô, Erika Hilton, Deborah Duboc, Leandro Santos (Mussum Alive), Cida Moreira, Tulipa Ruiz e Cassia Damasceno, além de missivistas vindos de todo o país para ler suas próprias cartas.

O encontro deve contar com a participação de Lula e de figuras políticas, como o pré-candidato ao governo de São Paulo Fernando Haddad. 

O espetáculo, que conta com direção de Márcio Abreu e Thomas Quillardet, é realizado pela Boitempo em parceria com a PUC-SP e tem apoio da Universidade Gustave Eiffel, Fundação Friedrich Ebert e Instituto Lula.

A partir de 2003, comecei a ver seu poder de transformação. Paulatinamente, vi a miséria no meu Estado regredir, vi diminuir o número de pedintes nas ruas, vi o pobre ter acesso a curso superior, vi gente comemorando a chegada de energia elétrica em sua casa, vi o pobre descortinar seus horizontes, pegando um avião e descobrindo que o mundo a ele também pertencia. Vi direitos assegurados a nossas domésticas, que de nossas casas tiveram a feliz oportunidade de sair com seus diplomas em mãos. E vi que pra isso tudo, minha vida não tinha piorado. Pelo contrário, só melhorou. Daí que ainda não consigo compreender a raiva que a maioria das pessoas pertencentes a minha classe sente por conta de tais conquistas.” – Ana Carolina, Teresina, 13 de abril de 2018


De 7 de abril de 2018 a 8 de novembro de 2019, o ex-presidente Lula ficou encarcerado na Superintendência da Polícia Federal de Curitiba. Foram 580 dias de cárcere, que marcaram definitivamente o rumo da história pessoal de Lula e também do Brasil: enquanto o país elegia um representante da extrema direita, um acampamento em frente à prisão se formou, organizações nacionais e internacionais lutavam na arena jurídica para reverter as injustas condenações, e milhares de brasileiros e brasileiras se solidarizaram com a situação do ex-presidente, seja por manifestações via internet ou pelo meio de comunicação mais antigo entre nós, as cartas.

Durante esse período, aproximadamente 25 mil cartas foram endereçadas a Lula. Um impressionante acervo, ao qual se soma o envio também de objetos variados como livros, revistas sobre futebol, poemas e cordéis, Bíblias, fotografias, desenhos, roupas e cobertores para evitar o frio (alguns tecidos pelas próprias remetentes), bordados e gravuras, estatuetas de divindades de todas as religiões, flores secas e outros materiais decorativos. Em Querido Lula: cartas a um presidente na prisão, é possível ter acesso a 46 missivas selecionadas pelos organizadores, bem como a um cuidadoso caderno de imagens com fotografias das cartas e dos objetos enviados. 

Diferente de outras obras de estadistas encarcerados, que reúnem parte de sua comunicação com o mundo exterior, as cartas a Lula apresentam a visão daqueles que viram de longe o desenrolar da história. São demonstrações de solidariedade, de amor e esperança ao prisioneiro. Atos de pura doação do interlocutor:

A publicação conta com apoio da Fundação Perseu Abramo e já está em pré-venda e nas principais livrarias do país.

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