Caso Bruno e Dom: para 49%, governo Bolsonaro fez menos do que poderia

Pesquisa Datafolha mostra percepção dos brasileiros sobre assassinatos de indigenista e jornalista na Amazônia

PF transporta restos mortais. Fonte: TV Brasil

A percepção de que o governo Bolsonaro fez menos do que poderia na investigação dos assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips ficou evidente em pesquisa Datafolha publicada neste sábado (25). Esta é a opinião de 49% dos entrevistados. 

Outros 27% disseram acreditar que o governo fez tudo o que poderia e 6% que fez o que poderia (nem a mais, nem a menos). Outros 18% não souberam responder. 

Dos entrevistados, 76% disseram ter conhecimento sobre o ocorrido com Bruno e Dom, sendo que 25% disseram estar bem informados e 24% declaram não ter conhecimento. 

A pesquisa também aferiu que 47% consideram que os assassinatos vão prejudicar muito a imagem do Brasil no exterior. Outros 26% dizem que afetará um pouco, enquanto 17% dizem não ver prejuízo; 10% não souberam dizer. Ao todo, a pesquisa consultou 2.556 pessoas acima dos 16 anos em 181 cidades.

Os crimes tiveram forte repercussão internacional e voltaram a escancarar a situação de permanente violência que está estabelecida na região da Amazônia, especialmente nos últimos anos, a envolver desmatamento, garimpo ilegal, tráfico, ataques a comunidades indígenas, desmonte da fiscalização e de órgãos ambientais, entre outros graves problemas. 

Inicialmente, quando ocorreu o desaparecimento de Bruno e Dom, o governo Bolsonaro não deu a importância devida ao fato. Embora estivesse claro que ambos estavam na região do Vale do Javari realizando trabalho junto às comunidades locais, Bolsonaro disse que a iniciativa era uma “aventura não recomendada”. 

Até o momento, três suspeitos foram presos pelos crimes. A princípio, a Polícia Federal apontou que não haveria mandante ou organização criminosa envolvida, mas há poucos dias o superintendente da PF no Amazonas, Eduardo Fontes, disse não descartar essa possibilidade. 

Os restos mortais de Bruno e Dom foram entregues às famílias na última quinta-feira (23) no Recife e Rio de Janeiro, respectivamente. Na sexta (24) foi realizado o velório e a cremação de Bruno, no município pernambucano de Paulista. As cerimônias de Dom ocorrerão neste domingo (26), em Niterói.