Deputados cobram saída de presidente da Caixa após denúncias de assédio sexual

Denúncia foi revelada pelo portal Metrópoles. Na reportagem, ao menos cinco funcionárias da Caixa Econômica Federal dizem ter sido vítimas de assédio sexual por parte do presidente do banco

(Imagem: Sindicato dos Bancários de Santos)

As acusações de assédio sexual envolvendo o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, repercutiram no Parlamento. Deputados usaram suas redes sociais para repudiar a atitude do executivo e cobrar celeridade e rigor na apuração das denúncias.

O caso veio a público nesta terça-feira (28), em reportagem do portal Metrópoles, que trouxe relatos de funcionárias do banco que afirmaram terem sido vítimas de assédio sexual por parte de Pedro Guimarães. Em seus relatos, as funcionárias afirmam terem sido vítimas de toques íntimos não autorizados, abordagens inadequadas e convites “heterodoxos”, incompatíveis com o que deveria ser o normal na relação entre o presidente do maior banco público brasileiro e funcionárias sob seu comando.

De acordo com o portal Metrópoles, o caso está sendo apurado pelo Ministério Público Federal (MPF), sob sigilo, desde a denúncia feita por um grupo de funcionárias da Caixa no final de 2021. Este é o primeiro caso público de assédio sexual envolvendo um alto funcionário do governo Jair Bolsonaro.

“Já se passaram 16 horas desde que as denúncias de assédio contra o presidente da Caixa vieram à tona e o governo ainda não tomou nenhuma providência. O que estão esperando? Corremos perigo na rua, em casa, no hospital, no trabalho… Nem mesmo em um ambiente corporativo, de um grande banco público, as mulheres escapam. Nojo. Onde e quando nos sentiremos seguras? Não aguentamos mais o machismo, a misoginia, o assédio. Chega! Exigimos apuração e punição”, afirmou a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

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O vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado Daniel Almeida (BA), se solidarizou com as funcionárias e reforçou a cobrança por apuração e punição do presidente da CEF.

“Minha solidariedade e apoio às funcionárias da Caixa, vítimas dessa violência repugnante. Não é possível que mulheres passem por esse constrangimento e violência. As denúncias que envolvem o presidente da Caixa são muito graves e merecem rápida apuração e punição”, disse.

Demissão

A revelação do caso instalou uma nova crise no governo Bolsonaro. Aliado do presidente, a permanência de Guimarães no cargo está sendo vista como insustentável por interlocutores do governo. No entanto, a forma como se dará a “saída” do presidente da Caixa ainda está em discussão.

Pedro Guimarães e Bolsonaro (Foto: Agência Brasil)

Diante da repercussão do caso, a Caixa cancelou evento que aconteceria na manhã desta quarta (29) com a presença de Guimarães. O banco havia programado pronunciamento e uma coletiva de imprensa sobre o Ano Safra 2022/2023.

Em sua conta no Twitter, a vice-líder da Oposição, deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) afirmou que Guimarães “precisa responder por cada crime cometido, por cada mulher importunada, assediada”.

Já o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) destacou que o “tipo asqueroso e misógino está no DNA bolsonarista”.

“Chocante a denúncia de funcionárias sobre assédio sexual do presidente da Caixa. É esse tipo de gente repugnante que Bolsonaro tem ao seu lado. Pedro Guimarães precisa ser afastado e investigado. Solidariedade às mulheres que passaram por esse horror”, disse a deputada Gleisi Hoffmannn (PR), presidente nacional do PT.

A líder do PSOL na Casa, Sâmia Bomfim (SP), considerou gravíssimas as denúncias de abuso sexual contra o presidente da Caixa. “É inaceitável que um homem use do cargo para violentar mulheres! Queremos investigação, amparo às vítimas e imediato afastamento do cargo. Ser mulher no governo Bolsonaro é insuportável!”, protestou.

“Minha solidariedade às mulheres que enfrentaram e denunciaram os abusos cometidos pelo presidente da Caixa. Vamos acompanhar as investigações para que Pedro Guimarães seja devidamente investigado e punido. Assédio sexual é crime e não pode ser tolerado”, defendeu o deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ).

No Senado, já há pedido de convocação de Guimarães para explicar as denúncias.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados

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