Em ato, família de petista assassinado cobra paz na política e justiça

Manifestação em Foz do Iguaçu (PR) contou com a presença de políticos, lideranças e militantes

Foto: Diego Carvalho

Familiares e amigos do guarda municipal e militante do PT Marcelo Arruda, assassinado por um bolsonarista no último dia 9 de julho, promoveram um ato suprapartidário e inter-religioso em memória ao petista e pela paz na política. A manifestação – que contou com a presença de políticos, lideranças e militantes – ocorreu neste domingo (17) em Foz do Iguaçu (PR), onde Arruda morava e foi morto.

“Peço às autoridades que lutem por justiça em nome do Marcelo. Infelizmente, meu filho recém-nascido, o Pedro, tem 45 dias e não poderá conviver com seu pai”, declarou Pamela Silva, viúva de Arruda. “Ele foi vítima de um ato de violência. Ele lutou e não resistiu. Eu só peço por justiça pelo nome do Marcelo, pela história que ele teve e pela família.”

O petista foi executado na própria festa de aniversário por Jorge José da Rocha Guaranho, que, antes de atirar na vítima, soltou vários gritos de apoio ao presidente Jair Bolsonaro e de ataques ao PT. Apesar desse contexto evidente de ódio, a Polícia Civil do Paraná procurou concluir o inquérito às pressas e negou que houve motivação política”.

O presidente da República chegou a divulgar um vídeo de sua conversa com dois irmãos de Arruda que são seus eleitores. Mas um desses irmãos, Luiz Donizete, participou do ato em Foz e deixou claro que o crime teve, sim, viés político.

“Aquele camarada (Guaranho, o assassino) chegou lá e só teve aquela reação maldita porque viu um movimento (político e eleitoral) diferente do dele. E qual é o problema de o Marcelo ter um movimento diferente de qualquer outra pessoa?”, questionou Luiz Donizete.

“Independente de lado político, temos que condenar, com toda nossa força e energia, qualquer tipo de violência política que presenciarmos”, agregou o irmão de Arruda. “Não é proibido pertencer ou apoiar qualquer partido político. O que é proibido – o que é crime – é matar pessoas, é a agressão do ser humano ao ser humano, como meu irmão recebeu naquele momento. Isso tem que ser condenado.”

Realizado na Praça da Paz, no Centro de Foz do Iguaçu, o ato contou com a presença do ex-senador Roberto Requião (pré-candidado a governador do Paraná pelo PT); da presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann; e de Luís Eduardo Benitez, secretário de Formação do PCdoB Foz do Iguaçu. Familiares e militantes levaram faixas e cartazes para cobrar justiça. Os presentes também soltaram balões brancos com sementes.

(Fotos: Diego Carvalho e  Luís Eduardo Benitez)

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