Fiesp enfatiza compromisso com a democracia e o Estado de Direito

A entidade empresarial se posiciona após o discurso golpista de Bolsonaro colocando sob suspeita, para embaixadores de outros países, o sistema eleitoral

(Foto: Julia Moraes/Fiesp/Divulgação)

Depois de quatro dias da fala golpista de Bolsonaro desacreditando o sistema eleitoral brasileiro numa reunião com embaixadores de outros países, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) divulgou documento direcionado aos candidatos a presidente da República enfatizando o compromisso com a democracia e o Estado de Direito.

O documento “Diretrizes prioritárias – governo federal 2023-2026” recomenda aos presidenciáveis que é preciso garantir um sistema eleitoral com regras claras de financiamento, que assegurem a isonomia entre os concorrentes.

“Dentre todos os elementos de segurança jurídica, ressaltam-se, com maior ênfase, o compromisso com a democracia, o Estado de Direito e a solidariedade social, as principais vítimas das crises econômicas e institucionais. O compromisso com a segurança jurídica é premissa essencial para o futuro de qualquer país na contemporaneidade”.

Além da segurança jurídica, os empresários tratam sobre outros temas como ambiente macroeconômico, reforma tributária, política industrial, inovação e tecnologia, comércio exterior, infraestrutura, educação, política social, construção civil e habitação, agronegócio, economia verde e modernização trabalhista.

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Economia

De acordo com a entidade, o baixo e instável crescimento econômico brasileiro tem afastado o país dos padrões necessários para redução da desigualdade e transição para uma economia desenvolvida.

“Seus entraves estão vinculados tanto a eventos conjunturais adversos quanto a problemas estruturais, como é o caso da desindustrialização. Nesse sentido, vale lembrar que a indústria de transformação liderou o crescimento da economia brasileira até a década de 1980, quando sua participação foi superior a 20% do PIB”, lembrou.

Contudo, a Fiesp reconhece que o setor perdeu protagonismo, chegando a 11,3% de participação em 2021, dificultando o crescimento econômico. “Ademais, a agenda contemporânea de política industrial agrega novos desafios, dado que essa industrialização precisa ser sustentável, inclusiva e capaz de incorporar rapidamente os novos paradigmas tecnológicos”, defendeu.

Para isso, a entidade defende acelerar a transição para a Indústria 4.0 com a definição de um marco legal, adequando incentivos e reduzindo custos de financiamentos para todo o setor industrial.

“Deve-se, ainda, fomentar o desenvolvimento produtivo e tecnológico de fornecedores e startups, além de especializar e criar instrumentos para as Médias, Pequenas e Micro Indústrias (MPMIs)”, propôs.

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