Empregos para os menos escolarizados não atingem patamar pré-pandemia
Recuperação do mercado de trabalho para que não possui instrução
e tem fundamental incompleto não acontece como para outros níveis.
Publicado 26/07/2022 17:48 | Editado 27/07/2022 12:07

Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), conduzido por Janaína Feijó e Paulo Peruchetti, divulgado no Boletim Macro, aponta que a categoria de trabalhadores com baixa escolarização é a que está com mais dificuldades para recuperar os níveis de emprego pré-pandemia de covid-19 (início de 2020).
Assim, a população ocupada no primeiro trimestre de 2022 sem instrução e fundamental incompleto ficou em 20.144 milhões. Já no primeiro trimestre de 2020, o número era de 21.254 milhões, o que indica uma variação negativa de 5,2%.
Para comparar, o nível de ocupação para quem tem o superior completo no primeiro trimestre 2020 era de 19.957 milhões e no primeiro trimestre de 2022 ficou em 21.279 milhões. Ou seja, houve um aumento percentual de 6,6% no nível de ocupação para os mais escolarizados.
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Dessa forma, assim como as outras categorias que tiveram variação positiva, fundamental completo e médio incompleto (crescimento de 4,2%) e médio completo e superior incompleto (crescimento de 3,6%), apenas a categoria dos menos escolarizados não tiveram a retomada do patamar de ocupação anterior ao início da pandemia de covid-19.
Qualidade da recuperação
Apesar disso, os autores do estudo, que se baseia na Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (Pnad) contínua trimestral, trazem preocupação com a qualidade da recuperação desses setores: “Apesar de os indicadores mostrarem que o mercado de trabalhado já conseguiu atingir os patamares pré-pandemia de população ocupada e de taxa de desemprego, muitos ainda se questionam sobre a qualidade dessa recuperação. Essa preocupação tem ressurgido por conta da expansão de trabalhadores atuando no setor informal, caracterizado por ser desprovido de proteção social, e que, por estarem em ocupações que demandam menos escolaridade, recebem menores rendimentos.”
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Os economistas acreditam que o avanço do comércio e de serviços pode auxiliar inserção dos menos escolarizados, no entanto, observam que o nível salarial foi rebaixado no período e deve permanecer assim.
Fora isso, o acréscimo no valor do Auxílio Brasil, que foi a R$600,00 até dezembro, em uma medida eleitoreira de Bolsonaro, pode criar um efeito negativo e postergar a reinserção desses trabalhadores no mercado de trabalho.
Com Informações Boletim Macro FGV Ibre e Valor