Inflação dos alimentos é de 1,16% em julho

Custando mais de R$ 4, até mesmo o cafezinho da padaria deixou de ser acessível ao bolso dos mais pobres.

Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Enquanto a inflação geral registra um ligeiro arrefecimento em julho, os preços dos alimentos aumentaram ainda mais do que em junho. Isto significa que a carestia continua doendo no bolso dos mais pobres, para os quais o peso do custo da alimentação é maior. Em um momento em que a fome no país retorna à situação de três décadas atrás, o encarecimento da comida, que havia sido de 0,25% no mês passado, agora foi de 1,16%. Custando mais de R$ 4, até o cafezinho da padaria deixou de ser acessível.

O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,16%) dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta terça-feira (26), foi influenciado principalmente pelo aumento nos preços do leite longa vida (22,27%), maior impacto individual no índice do mês, com 0,18 ponto percentual. No ano, a variação acumulada do produto chega a 57,42%.

Além disso, alguns derivados do leite também registraram alta no IPCA-15 de julho, a exemplo do requeijão (4,74%), da manteiga (4,25%) e do queijo (3,22%). Outros destaques no grupo foram as frutas (4,03%), que haviam tido queda em junho (-2,61%), o feijão-carioca (4,25%) e o pão francês (1,47%). Com isso, a alimentação no domicílio variou 1,12% em julho.

A alimentação fora do domicílio teve alta de 1,27% em julho, acelerando em relação a junho (0,74%). Tanto o lanche (2,18%) quanto a refeição (0,92%) tiveram variações superiores às do mês anterior (1,10% e 0,70%, respectivamente). Em reportagem veiculada nesta segunda (25), o Bom Dia Brasil, da TV Globo, mostrou que, neste ano, o café subiu 15,28%; o pão francês, 14,68% e o leite, 40,75%.

Foto: Reprodução da Internet

Além da alimentação, o vestuário também aumentou em julho (1,39%). O destaque ficou com as roupas masculinas, cujos preços subiram 1,97% em julho. Além disso, foram registradas altas superiores a 1% também nos preços dos calçados e acessórios (1,57%) e das roupas femininas (1,32%).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi a 0,13% em julho, 0,56 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada em junho (0,69%). Essa é a menor variação mensal do índice, que é a prévia da inflação oficial, desde junho de 2020 (0,02%).

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de junho a 13 de julho de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de maio a 13 de junho de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.