Candidatos apoiados por Lula se destacam em debates da Band

Governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), faltaram aos debates

Começou a rodada de debates eleitorais em 2022. A Band exibiu, na noite deste domingo (7), os primeiros encontros entre candidatos aos governos de dez unidades da Federação – Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.

Os candidatos apoiados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se destacaram nas transmissões. Foi o caso de Fernando Haddad (PT), que disputa o governo do estado de São Paulo. Principal alvo de seus principais adversários – o governador Rodrigo Garcia (PSDB) e o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) –, Haddad soube reagir às provocações à altura e ainda firmou compromissos de campanha.

Quando Tarcísio sugeriu que procurassem no Google a expressão “pior prefeito de São Paulo”, o petista não passou recibo e disparou contra o presidente Jair Bolsonaro, padrinho do candidato direitista: “Antes de mais nada, como eu fui agredido aqui pelo Tarcísio, quem for ao Google, digita ‘genocida’. Vocês vão ter uma surpresa também, para saber quem matou mais de 600 mil brasileiros por não ter comprado a vacina quando ela lhe foi oferecida”.

Em outro bom momento, Haddad lembrou que, além de Bolsonaro, Doria também promoveu uma política de arrocho salarial ao longo de seu governo, ao não reajustar o salário mínimo com a reposição integral da inflação. “Quero dizer em alto e bom som: para a economia rodar, tem que ter comida na mesa do trabalhador. No dia 1º de janeiro, o salário mínimo paulista será de, no mínimo, R$ 1.580”.

No Rio de Janeiro, o governador Cláudio Castro (PL) não teve coragem de citar uma única vez o nome de seu principal apoiador, Bolsonaro. Mas não foi preciso, porque os adversários – em especial Marcelo Freixo (PSB) – fizeram questão de alertar os telespectadores. Candidato de Lula no estado, Freixo também questionou Castro sobre as crescentes denúncias de corrupção em seu governo: “Você é culpado pelos (funcionários) fantasmas ou incompetente que não viu as pessoas ao seu lado roubando?”.

Os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), ambos eleitos no rabo da onda bolsonarista em 2018, faltaram aos debates em seus estados. Nos dois casos, a Band exibiu constantemente o vazio das cadeiras destinadas a eles. “Há um vazio no governo de estado. Por isso, sou candidato”, ironizou, no Paraná, Roberto Requião (PT).

Em Minas, Zema só informou que faltaria a 50 minutos do início do debate, alegando “indisposição”. Sua ausência potencializou os ataques contra sua candidatura, que partiram sobretudo de Alexandre Kalil (PSD), o candidato de Lula, e de Carlos Viana (PL), lançado pelo partido de Bolsonaro. “Ainda bem que é o governador que não está aqui – e não Juscelino Kubistchek ou Tancredo Neves. Se você não fala, quase não íamos notar”, declarou Kalil. “Não estou sentindo a menor falta, sinceramente.”

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