‘Mulheres com Lula’ ocupa ruas do Brasil e Luladay, de Anitta, as redes

Fome, feminicídio e a defesa do sistema eleitoral foram as pautas das mulheres. A mobilização nas redes foi promovida por fãs de Anitta.

Mulheres com Lula em Porto Alegre, pela Democracia, por vida digna contra a violência.

Neste sábado (13), mulheres de todo o país estiveram nas ruas pela democracia, em apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Luladay – evento promovido em favor da candidatura Lula por fãs de Anitta –, foi o tema mais comentado nas redes sociais, no sábado. Ambos lembraram que faltam 50 dias para a eleição de primeiro turno.

Nas redes

O evento político-cultural nas redes sociais, teve duração de 24 horas com o intuito de ser um mutirão para ganhar mais eleitores jovens para a chapa Lula-Alckmin. A ação teve início à 0 hora e foi até às 23h59 do sábado. A estratégia era postar motivos para votar em Lula, destacando os avanços a partir das políticas sociais em seus dois governos.

Perfis de fãs de Anitta, como @AnittaCrave e @AnittaDailyBR, acabaram mobilizando não apenas seus fãs, mas outras personalidades também, chegando a ficar em 1º lugar nos trending topics do Twitter (assuntos mais comentados).

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“Como todos sabem, o Brasil se aproxima do período eleitoral, e é de interesse de toda a sociedade que consigamos derrotar esse DESgoverno logo no primeiro turno. Pensando nisso criamos o projeto LULA DAY!”, disse um dos perfis que encabeçaram o movimento.

A cantora Anitta elogiou a iniciativa dos fãs em um comentário feito na postagem da página Mídia Ninja. “Orgulho da mamãe”, apoiou a musa.

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Nas ruas

A mobilização “Mulheres juntas pelo Brasil”, por sua vez, foi iniciativa do Comitê Popular de Luta Nacional “Mulheres com Lula”, com participação dos principais movimentos populares de mulheres, e organização das alas femininas de PT, PSOL, PCdoB, PSB, PV, Rede e Solidariedade, movimentos sociais e feministas.

A defesa de políticas sociais, medidas contra a violência e a defesa do sistema eleitoral estiveram entre as bandeiras defendidas nas ruas. Ocorreram atos em cidades de todos os estados e no Distrito Federal.

As manifestações levam às ruas as dificuldades enfrentadas pelas mulheres em seus lares. Em dois anos, a fome entre famílias negras e pardas aumentou 8%, segundo a Rede Penssan. A cada dez lares chefiados por mulheres ou pessoas negras de qualquer gênero, seis têm algum tipo de restrição de acesso a alimentos. Entre famílias chefiadas por homens, independentemente de raça, o índice é de 53,6%. Entre lares chefiados por pessoas brancas, é de 46,8%.

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A política econômica do governo Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro da economia, levou à escassez de alimentos na mesa das brasileiras. O leite longa vida sofreu um aumento de 22,27%, assim como seus derivados requeijão (4,74%), manteiga (4,25%) e queijo (3,22%). O valor do gás, da conta de luz, o preço do aluguel subiram e o salário não fecha no fim do mês.

O governo Bolsonaro destinou, em 2022, o menor recurso dos últimos quatro anos para as políticas de combate à violência contra a mulher. O Atlas da Violência 2021, do Ipea, apontou que mais de 66% das vítimas de feminicídio em todo país são mulheres negras. De 2016 para cá, o feminicídio aumentou quase 50%, segundo dados do CNJ. No último ano, as medidas protetivas de urgências aumentaram cerca de 15%, sem contar os casos de subnotificação.

As manifestações também clamam por paz. De 2019 a março de 2022, mais de 400 mil novas armas de fogo foram registradas no país, segundo dados da Polícia Federal. Desse total, mais 96% estão em nome de homens.

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Em São Paulo (SP), as mulheres se reuniram de manhã na Praça do Patriarca, no centro da cidade e depois fizeram caminhada até o Teatro Municipal, na Praça Ramos, onde se encontrarão com as demais participantes do ato. 

No Recife (PE), as mulheres que compõem partidos políticos, centrais sindicais e os movimentos feministas e populares foram para as ruas do centro da cidade, desde às nove da manhã e seguiram em caminhada pela democracia, contra a fome, contra o desemprego, contra o machismo, contra o racismo, contra a LGBTIfobia e contra toda a política de morte e de violência do (des)governo Bolsonaro.

Em Florianópolis (SC), a defesa da democracia contou com o grupo “Baque Mulher”, que saiu às ruas do centro cantando e dançando. Ainda no estado, na região oeste, na cidade de Quilombo mulheres camponesas do MMC Brasil deixaram sua marca de resistência e esperança e se uniram para dar o recado: chega de violência, pela democracia, pela vida povo, por #BolsonaroNuncaMais.

Em Porto Alegre (RS), uma ciranda das mulheres pela democracia e contra a violência foi realizada junto aos Arcos da Redenção, o principal parque da cidade.

Em Goiânia (GO), as mulheres se reuniram na Praça do Botafogo, no setor universitário, e depois saíram em passeata.

Em Macapá (AP), não apenas as mulheres, mas homens também se reuniram no sindicato dos bancários para apoiar a democracia e o resultado das urnas nas próximas eleições.

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Confira alguns dos atos pelo Brasil: