Auxílio Brasil chega ao povo desgastado pela inflação e pobreza avança

Inflação, avanço da pobreza e insegurança alimentar tem formado um cenário que coloca o aumento eleitoreiro para R$600 do Auxílio Brasil com efeito limitado.

Pessoas procuram alimentos em caminhão de lixo. Foto: Reprodução Redes Sociais

O presidente Jair Bolsonaro (PL) promoveu o aumento temporário do Auxílio Brasil para R$600 em uma tentativa de crescer nas pesquisas de intenção de voto. No entanto, o valor chega defasado ao bolso dos brasileiros e brasileiras e não tem sido um alento para as famílias, que vivem com o avanço da pobreza, inflação alta e insegurança alimentar.

Nesta semana o IBGE apontou que a inflação teve alta de 26,5% de 2019 até junho de 2022, puxada pelos alimentos. Somente no mês de julho, o leite, item fundamental para a mesa de grande parte da população, acumulou um aumento de 25,46%, segundo dados do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). 

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Reportagem da Folha de São Paulo traçou este quadro e averiguou que em bolsões de pobreza, principalmente no Nordeste e Centro-Oeste, o efeito do auxílio é incerto como tática eleitoral do bolsonarismo.

Avanço da pobreza

Como o Portal Vermelho vem noticiando, a pobreza vem crescendo no Brasil de forma alarmante. Dados apontam que mais de 33 milhões de brasileiros estão passando fome.

Além disso, com Bolsonaro a pobreza cresceu e atinge 63 milhões de brasileiros. Outro dado assustador aponta que 1,8 milhão de famílias entraram na pobreza extrema nos dois primeiros meses deste ano.

Reajuste de três meses

O reajuste em 200 reais por apenas três meses promovido por Bolsonaro não ajuda a pagar todas as contas, segundo as famílias. O Auxílio tem servido como complemento de renda, mas com a escalada de preços, em especial dos alimentos, a população não consegue manter a condição de vida. Com isso, as famílias acabam consumindo menos alimentos e alimentos com menor valor nutricional.

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Dessa forma, existe uma percepção de que o reajuste é eleitoreiro, conforme aponta a reportagem. Conforme pesquisa Datafolha, 61% dos eleitores enxergam que Bolsonaro quer ganhar votos com o aumento, enquanto 56% veem o aumento como insuficiente.

Como indica pesquisador consultado pela Folha, o auxílio ou a lembrança de outros benefícios não são capazes, sem outros elementos, de garantir voto. Na opinião trazida, a demonstração de quem é capaz de oferecer um futuro melhor é mais importante.

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Assim, o Auxílio Brasil com aumento temporário não muda voto, somente fundamenta o voto de quem já tendia a votar em Bolsonaro a decidir por ele.

Por outro lado, o Auxílio Brasil provisório pode ter efeito adverso uma vez que grande parte da população recebeu auxílio emergencial durante parte da pandemia, cerca de 47 milhões de pessoas, e agora não recebe nada.

Informações Folha de São Paulo

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