Auxílio Brasil de R$ 405 é desmoralização do presidente mentiroso

O valor atual, de R$ 600, foi aprovado na PEC que autorizou a concessão de benefícios em período eleitoral. No entanto, o valor só vale até dezembro

Fila para receber o Auxílio Brasil (Foto: Reprodução)

O governo Jair Bolsonaro enviou ao Congresso Nacional, nesta quarta-feira (31), o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2023 (PLN 32/22). A proposta, que traz um Auxílio Brasil de R$ 405, desmoraliza a campanha pela reeleição do presidente da República.

O valor atual, de R$ 600, foi aprovado na PEC que autorizou a concessão de benefícios em período eleitoral. No entanto, o valor só vale até dezembro deste ano.

Desde que lançou o pacote de benefícios com o Auxílio Brasil de R$ 600 só até dezembro, Bolsonaro tem sido criticado pelo caráter eleitoreiro das medidas. Para deputados da Bancada na Câmara, a versão de Orçamento de 2023 comprova que a promessa do presidente de manter e até ampliar valor no ano que vem é demagógica e para tentar ganhar votos.

Leia mais: Bolsonaro não cumpre promessa: Orçamento 2023 não tem auxílio de R$ 600 

Segundo o líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros (PE), o projeto de Lei Orçamentária Anual (LOA) para o próximo ano é “mais uma fake news de Bolsonaro”.

“Na TV, ele disse que manterá o Auxílio Brasil em R$ 600 em 2023, caso seja reeleito. Mentira! Na Lei Orçamentária que acabou de chegar ao Congresso, encaminhada por ele, o valor fica em R$ 405 e não há correção da tabela do IR, como ele promete. Não engana ninguém!”, afirmou o parlamentar.

Mais arrocho

A LOA 2023 traz como estimativa para o salário mínimo um reajuste sem ganho real. A proposta prevê que o piso passe de R$ 1.212 para R$ 1.302, mas o valor correto ainda depende da variação final da inflação em 2022.

O projeto também mantém a tabela de Imposto de Renda (IR) da Pessoa Física que vigora desde 2015, sem cumprimento da promessa de correção feita na campanha de 2018.

Renildo Calheiros Foto: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

Repercussão

Em uma rede social, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) criticou a peça orçamentária. “A proposta de orçamento para 2023 é a cara deste governo antipovo. Sem ganho real para o salário mínimo, sem correção da tabela do IR e sem a ampliação do auxílio Brasil. Já para o orçamento secreto sobram recursos”, comentou.

Na mesma linha, o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) usou o Twitter para denunciar o engodo. “BOLSONARO MENTE! A Lei Orçamentária enviada ao Congresso ACABA COM O AUXÍLIO DE 600 REAIS E NÃO CORRIGE A TABELA DO IMPOSTO DE RENDA. As promessas eleitoreiras não estão na lei que ele mesmo formulou. Como se diz no bicho, só vale o que está escrito. O resto é CONVERSA FIADA!”, escreveu.

Nas redes sociais, a deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC) ironizou a contradição entre o que diz Bolsonaro na campanha e o que diz o projeto de Orçamento do seu governo.

“Ou Bolsonaro mentiu ou já tem certeza q perderá a eleição: Ele disse na tv q manterá o valor do Auxílio de R$ 600 em 2023, se for reeleito. Mas orçamento/2023 acaba de chegar na Câmara, enviado por ele, com o valor do Auxílio de R$ 400”, aponta um post da deputada.

O líder da minoria na Câmara, deputado Alencar Santa (PT-SP) ironizou a situação: “Dá até pra ficar na dúvida se o Bozo é mais mentiroso ou mais incompetente. O que vocês acham? Mentiu sobre o pix, nem sabia o que era. Mentiu sobre o Auxílio Brasil e depois usou como medida eleitoreira. Que vergonha”.

A líder do PSOL na Casa, Sâmia Bomfim (SP), diz que a medida já era esperada. “Dito e feito. No orçamento enviado ao Congresso para 2023, Bolsonaro decidiu pelo valor de R$ 405 para o Auxílio Brasil, ao invés dos R$600. Avisamos desde o início que o interesse desse oportunista é apenas se reeleger pra fugir da prisão. Derrotar o governo da fome é pra ontem!”, afirmou.

“Orçamento apresentado pelo governo federal para 2023: Auxílio Brasil cai para R$ 405; salário mínimo não tem aumento real; e tabela do Imposto de Renda segue sem correção. Bem diferente das promessas de Bolsonaro na propaganda eleitoral. O presidente desmente o candidato”, observou Ivan Valente (PSOL-SP).

O deputado Rogério Correia (PT-MG) disse que se tratava de uma semana trágica para Bolsonaro. “Estrago irreversível: Corrupção em família com 107 imóveis e 51 em dinheiro vivo com lavanderia explícita; orçamento revelou que auxílio Brasil ano que vem será 405 reais e que mentiu sobre 600; e condenado no Tribunal Popular por genocídio na pandemia”, enumerou.

Fonte: Liderança do PCdoB na Câmara dos Deputados