Professora Patrícia: comida no prato e educação de qualidade

Candidata a deputada federal (PCdoB-MT), a professora Patrícia concedeu entrevista na última terça-feira (6). Ela é graduada em Nutrição e docente da Universidade Federal do Mato Grosso e comentou sobre uma imagem do estado que repercutiu nacionalmente quando famílias se empurravam para receber ossos que estavam sendo doados.

Ao Portal Vermelho, a professora Patrícia Nogueira, candidata a deputada federal (PCdoB-MG) defendeu alimentação de qualidade para todos e educação para vencer as desigualdades sociais do país. “A gente vive uma grande desigualdade social no Brasil e no estado. Temos uma grande produção e as pessoas na fila do ossinho, a gente vive um total desequilíbrio social”.

A professora que é graduada em Nutrição e docente da Universidade Federal do Mato Grosso comentou sobre uma imagem no estado que gerou comoção nacional quando famílias se empurravam para receber ossos que estavam sendo doados por um açougue para comerem. A candidata disse que a alimentação é um debate fundamental para a vida do cidadão e ainda mais neste período eleitoral.

“Nosso slogan é educação e comida no prato. Sabendo da importância que a Educação tem na vida das pessoas, pois ela é transformadora de uma realidade social” (…) A educação muda a vida das pessoas, às perspectivas de vida das pessoas, com melhores condições de vida, de trabalho”, porém, as pessoas precisam de comida no prato também. “Mas infelizmente Cuiabá, Mato Grosso, está conhecida nacionalmente pela fila do ossinho” e pela lamentável declaração do atual governador do estado que defendeu a doação de “ossos de qualidade”, lembrou ela.

O debate sobre alimentação é crucial para a vida do cidadão, disse a professora. “A gente voltou para o mapa da fome, 33 milhões de brasileiros passam fome no país e isso a gente já tinha constituído como meta para acabar com a fome nos governos anteriores de Lula e Dilma, através do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional. Com políticas públicas que as pessoas pudessem se alimentar, e além disso, a gente luta por uma alimentação adequada e saudável. E é essa a luta de nós nutricionistas”.

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Políticas públicas

Segundo a professora, esse debate sobre a necessidade de implementação de políticas públicas para uma alimentação saudável vem de muitos anos sendo debatida e só será possível se houver melhor distribuição de renda e que as pessoas sejam incluídas para que tenha acesso a alimentação de qualidade. A pretensão é formar um “sistema alimentar ambientalmente e socialmente sustentável”, explicou.

O governo precisa fazer com que a população tenha o direito à alimentação. E uma alimentação de qualidade”, sublinhou a professora. E para isso, “é preciso que a população tenha condições de emprego, moradia, habitação e tenha como se sustentar”.

Desequilíbrio social

A professora também comentou sobre a contradição de o Mato Grosso ser o maior produtor de soja do Brasil e de pecuária e ao mesmo tempo a realidade da população é de fome. Para ela, é preciso enfrentar os principais desafios do desequilíbrio social fazendo com que a produção também seja realizada pela população, para que todos possam ter uma alimentação de qualidade e dentro dessa política sustentável.

“Nós temos uma grande produção agrícola no estado e convivemos com pessoas na fila do ossinho. Você tem total desigualdade social. Precisamos que o Estado invista também na agricultura familiar e agroecologia para que a gente consiga fazer com que mais pessoas produzem e que mais produtos cheguem à mesa. Além disso, a gente precisa da industrialização para agregar valor à essa produção econômica que é feita no estado, para gerar também renda, imposto, fazer com que tenha uma distribuição de renda. E que as pessoas tenham postos de trabalho. E para isso precisamos de investimento e que tenham leis que estabeleçam para agregar valor agrícola existente no Estado”, ressaltou.

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Problemas ambientais

Na entrevista, a professora Patrícia defendeu a Amazônia Legal e comentou sobre o cenário de destruição ambiental na região. Para ela, é importante que o Mato Grosso continue dentro desse conglomerado e defendeu a aprovação do projeto de Lei Amazônia de Pé.

Segundo ela, o movimento social hoje está arrecadando inúmeras assinaturas para que esse projeto seja aprovado. “A gente precisa que haja demarcação de terras de indígenas, quilombolas e pequenos produtores extrativistas para que diminua o desmatamento, a extração ilegal de madeira. A Amazônia precisa ficar de pé e a gente precisa que tenha todo cuidado com esse planeta.

A Amazônia é muito importante para o estado do Mato Grosso, defendeu a professora. “É importante a sua preservação para que tenhamos investimentos em ciência e tecnologia para resolver os problemas das mudanças climáticas e as universidades públicas ajudam fundamentalmente neste processo”, ponderou.

Segundo a candidata, o governo brasileiro tinha um investimento nesta área e para ela, seria um grande retrocesso econômico e ambiental a falta de investimentos nesta área.

Eleições no estado

Sobre o cenário eleitoral no Mato Grosso, a professora contou que está fazendo muita campanha e sente um clima muito bom no estado com uma perspectiva nacional que tem esperança que o Brasil vai voltar a sorrir de novo com a eleição de Lula presidente.

A Federação Brasil da Esperança no Mato Grosso conta com uma candidata mulher ao governo, Márcia Pinheiro, “comprometida com o povo”, disse a Professora Patrícia.

A candidata a deputada federal pelo PCdoB do Mato Grosso enumerou ainda várias propostas e temas em que defende em sua campanha e numa provável atuação na Câmara dos Deputados. A campanha tem um caderno de propostas que vem debatendo há tempos e políticas públicas em várias áreas, completou.

Confira a íntegra da entrevista:

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