Sob Bolsonaro, renda do funcionalismo cai 8,5%, mais do que setor privado

Deterioração soma falta de reajuste aos servidores com alta na inflação. Governo chegou a aventar recomposição, não cumpriu e agora diz que haverá em 2023

Foto: APP/divulgação

A piora na vida da classe trabalhadora brasileira sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), somado aos reflexos da pandemia, também vem deixando fortes marcas no funcionalismo público. Nos últimos anos, as perdas acumuladas na renda média desses trabalhadores foi maior do que no âmbito da iniciativa privada. 

Nos últimos três anos, o rendimento real médio da categoria baixou 8,5%, segundo dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (13) no jornal Folha de S. Paulo, hoje a renda média do funcionalismo em geral fica em torno de R$ 4.086; há três anos, no primeiro trimestre de 2019, era de R$ 4.468.  O universo analisado é heterogêneo e abrange trabalhadores das esferas municipal, estadual e federal, além de fundações, autarquias e empresas públicas e de economia mista.

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No mesmo período, a renda média dos trabalhadores do setor privado, exceto os domésticos, recuou 2,9% — de R$ 2.421 para R$ 2.350. No grupo dos empregados com carteira no serviço público, que correspondem a 11% do total, as perdas no rendimento, nesse mesmo período, foram de 18,2%. Entre militares e estatutários, que têm a maior renda média do funcionalismo, segundo o IBGE, os rendimentos caíram 6,6%. 

De acordo com a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), Bolsonaro será o primeiro presidente em 20 anos a não reajustar salários do funcionalismo. O governo chegou a aventar 5% de recomposição linear aos servidores, abaixo do que a categoria necessita, o que acabou não se concretizando. Em agosto, com a proximidade das eleições, Bolsonaro declarou que o reajuste estaria garantido para 2023. 

(PL)

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