Cartel do Asfalto é mais um escândalo de corrupção no governo Bolsonaro

No Congresso, parlamentares da oposição batizaram o caso de “Bolsolão do Asfalto”

Foto: reprodução/Polícia Federal

Com base em reportagens da Folha de S.Paulo, técnicos do Tribunal de Contas da União (TCU) revelaram a existência de um cartel de empresas da área de pavimentação que podem ter fraudado licitações no governo Bolsonaro em valores que somam mais de R$ 1 bilhão.

O escândalo ocorreu na Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), responsável por obras e serviços no Nordeste, Norte e no Distrito Federal. Outros contratos na companhia estão sendo investigados pela Polícia Federal (PF) por indícios de fraudes.

Em troca de apoio político no Congresso, Bolsonaro entregou a estatal para o centrão. O grupo é comandado pelo presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), que indicaram o presidente da companhia, Marcelo Moreira Pinto.

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A investigação da área técnica do TCU constatou que um grupo de empresas agiu em conluio em licitações tanto na sede da Codevasf, em Brasília, como nas suas superintendências regionais. A construtora Engefort é a principal beneficiada do esquema, vencendo editais com indícios de fraude que somam R$ 892,8 milhões.

A empresa maranhense, que tem como sócios Carlos Eduardo Del Castilho e Carla Cristiane Del Castilho, usou a empresa Del como fachada em parte das licitações. O sócio administrador da construtora é Antonio Carlos Del Castilho Júnior, irmão dos sócios da Engefort.

Amigo e indicado por Bolsonaro ao TCU, o ministro Jorge Oliveira, relator do caso, desconsiderou o parecer da área técnica e não suspendeu os contratos.

Deputada Jandira Feghali (Foto: Richard Silva/PCdoB na Câmara)

Bolsolão do Asfalto

No Congresso, parlamentares da oposição batizaram o caso de “Bolsolão do Asfalto”. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) fez um resumo do novo escândalo: “R$ 1 bi em contratos do governo Bolsonaro com indícios de fraude; propostas de fachada e combinação de rodízio entre as empresas em licitações; uma única construtora ganhou contratos que somam R$ 892,8 milhões. O famoso uma mão lava a outra”.

“Depois do bolsolão do MEC, bolsolão do kit robótica e bolsolão do ônibus escolar, agora temos o BOLSOLÃO DO ASFALTO. Não tem corrupção pequena neste desgoverno, é tudo bilhão!”, escreveu no Twiterr a parlamentar.

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) diz que já está virando rotina começar o dia e saber de mais um escândalo envolvendo o governo federal. “TCU aponta fraudes nas licitações da Codevasf que ultrapassam R$ 1bilhão. É dessa forma que Bolsonaro usa o dinheiro do povo: enriquecendo sua panela e deixando o povo na miséria”, criticou.

O senador Humberto Costa (PT-PE) explicou o esquema: “É um cartel de empresas de pavimentação que, com a ajuda dos aliados do presidente fraudou licitações de R$ 1 bilhão. Os empresários envolvidos no esquema estão com o bolso cheio e as estradas seguem cheias de crateras”.

“Bolsolão do Asfalto, Bolsolão do MEC, Orçamento Secreto e 51 Imóveis comprados com dinheiro vivo. E ainda tem quem diga que acabou a corrupção no Brasil”, reagiu a líder do PSOL na Câmara, Sâmia Bomfim (SP).

O deputado Marcelo Freixo (PSB-RJ) diz que a roubalheira do desgoverno Bolsonaro não para. “Auditores do TCU descobriram fraudes de R$ 1 BILHÃO praticadas pelo cartel do asfalto em obras de pavimentação. O Bolsolão do Asfalto é dinheiro público sendo torrado para comprar apoio político e enriquecer corruptos”, protestou.

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