Lula encontra Derrubando Muros e outros representantes da sociedade civil

Entidade faz oposição ao governo Bolsonaro e reúne economistas, empresários e intelectuais. No encontro devem participar outras organizações sociais.

Lula por Ricardo Stuckert

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunirá nesta segunda-feira (10), às 15h, em São Paulo (SP), com políticos, intelectuais e movimentos sociais organizados, entre eles a associação Derrubando Muros, grupo que surgiu em 2019 e reúne mais de 100 pessoas em defesa da democracia.

O movimento é formado por empresários, investidores, banqueiros, políticos e intelectuais e atua nos bastidores para unificar a oposição ao governo federal. Batizado como “Derrubando Muros”, o grupo se intitula uma “iniciativa cívica” e conta com 92 membros.

O grupo evitou se posicionar no primeiro turno, tendo como foco principal da iniciativa buscar uma terceira via nas eleições de 2022, embora tenha mantido conversas também com a campanha de Lula. Segundo reportagem do Estadão, já no primeiro turno, a maioria dos membros não descartava apoiar o ex-presidente Lula em um eventual 2.° turno se o adversário fosse Bolsonaro.

“Estamos em um regime fascista e o inimigo está na sala. Nossa prioridade é criar uma alternativa no centro moderno e que haja o menor número de candidatos possível”, disse o sociólogo e empresário José César Martins, coordenador do coletivo, ao Estadão, ainda no final do primeiro turno.

O grupo chegou a lançar um documento chamando a atenção para o distanciamento do poder Executivo, nos últimos anos, da elaboração de políticas públicas que alinhem o Brasil com o crescimento e desenvolvimento do mundo, e sugerindo soluções da sociedade civil para a economia nacional.

O comunicado não citou nominalmente o presidente Jair Bolsonaro, mas foi categórico ao dizer que o País “terá eleições e seus resultados serão respeitados” e ao afirmar que “a sociedade brasileira é garantidora da Constituição e não aceitará aventuras autoritárias”.

Segundo a “Agenda Inadiável”, nome do documento que compila soluções para o Brasil, o País tinha a “ilusão” de que, devido a seu clima, território, diversidade cultural, entre outros pontos, se “alinharia quase que por gravidade”, ou seja, teria um cenário econômicos próspero. No entanto, “o atual governo federal, distópico e antidemocrático” pôs um fim a essa esperança de que o País “pegaria no tranco”.

Dessa forma, integrantes do grupo articularam ideias para 11 áreas temáticas, entre elas a economia verde, inovação, energia, saúde, educação, entre outras áreas.

A lista de empresários do grupo, conta com nomes como Horácio Lafer Piva (da Klabin), José Olympio Pereira (do banco Credit Suisse), Antonio Moreira Salles (filho do presidente do conselho de administração do Itaú, Pedro Moreira Salles), Marcelo Britto, da Associação Brasileira do Agronegócio, e os economistas Pérsio AridaArmínio FragaAndré Lara Rezende Elena Landau. O grupo reúne também especialistas como Ana Toni, diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade; Fersen Lambranho, empreendedor; Joana Monteiro, doutora em economia, coordenadora do Centro de Ciência Aplicada à Segurança da FGV; Luíz Barroso, engenheiro especializado em energia, diretor-presidente da PSR Consultoria; Pedro Hallal, epidemiologista e ex-reitor da Universidade Federal de Pelotas; A iniciativa atua em várias frentes. Na Educação, por exemplo, os representantes são o ex-ministro Cristovam Buarque e Priscila Cruz, do Todos pela Educação; entre outros.

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