Lula volta a anunciar retomada do PAC para gerar empregos no país

O programa foi criado durante seu governo e financiou uma série de obras de infraestrutura que permitiu ao país enfrentar a crise internacional de 2008

(Foto: Divulgação)

Caos eleito, o ex-presidente Lula anunciou neste domingo (9) o retorno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para gerar empregos no país. O PAC, que foi criado durante seu mandato presidencial, financiou uma série de obras de infraestrutura que permitiu ao país enfrentar a crise financeira internacional de 2008.

“Em primeiro de janeiro, chamarei todos os governadores para definirmos prioridades em infraestrutura. Precisamos discutir um novo PAC com governadores e prefeitos para a economia voltar a crescer”, disse Lula durante coletiva em Belo Horizonte (MG).

O ex-presidente antecipou que as obras serão financiadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Caixa Econômica Federal (Caixa) e Banco do Brasil.

De acordo com ele, há 14 mil obras do governo de Dilma Rousseff (PT) que estão paralisadas e devem entrar na lista do PAC. Somente em Minas Gerais, durante seus governos e de Dilma, o ex-presidente lembrou que foram investidos R$ 260 bilhões em infraestrutura no estado.

“O emprego é o que dá dignidade ao ser humano. Quantos empregos o PAC gerou?  Vamos recuperar o financiamento para as obras paradas voltarem a gerar emprego. E vamos investir na digitalização, para que o povo tenha internet no Brasil inteiro”, disse Lula.

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Em agosto passado, o candidato já havia defendido o retorno do PAC em reunião com representantes do setor da construção civil.

“O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foi uma coisa extraordinária porque ele não foi um projeto de construção de infraestrutura pensado a partir do gabinete da Presidência da República. Ele foi construído com empresários, com governadores e com prefeitos. É o que eu pretendo retomar a partir do dia 1º de janeiro se a gente ganhar as eleições”, afirmou na ocasião.

Obras do PAC- Moradias do programa Minha Casa, Minha Vida em São Luís (MA) (Foto: Divulgação/Prefeitura de São Luís)

“Marolinha”

No seu segundo mandato na presidência da República (2007-2011), Lula surpreendeu o mundo quando todos enfrentavam, em 2008, grave crise financeira internacional que resultou na quebra do Lehman Brothers, um dos mais tradicionais bancos dos Estados Unidos. Na ocasião, o ex-presidente declarou que o tsunami econômico não passaria de uma “marolinha” no país.

Lula sabia do que estava falando. No início de 2007, seu governo havia lançado um arrojado plano de desenvolvimento a longo prazo. Tratava-se do PAC, que passou a financiar uma série de obras de infraestrutura em duas etapas.

Mais de um R$ 1 trilhão foram gastos em rodovias, hidrovias, ferrovias, portos, aeroportos, geração e transmissão de energia, indústria naval e de óleo e gás, além de outros projetos como Cidade Melhor, Comunidade Cidadã, Minha Casa, Minha Vida e Água e Luz para Todos.

O resultado foi uma dívida pública reduzida de 65% para 32% e o país pagando e passando a ser credor do Fundo Monetário Internacional (FMI). Além de uma reserva internacional de US$ 370 bilhões, que evitou até hoje o país quebrar, houve geração de mais de 20 milhões de empregos.

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